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Taxação dos EUA sobre produtos brasileiros preocupa agro baiano, que pode perder bilhões com medida
Taxação dos EUA sobre produtos brasileiros preocupa agro baiano, que pode perder bilhões com medida
Com exportações expressivas para os EUA, Bahia pode sofrer impactos bilionários se tarifa de 50% for mantida. Entidades do agronegócio cobram diálogo entre os governos
Por Redação
11/07/2025 às 08:52
Atualizado em 11/07/2025 às 16:50

Foto: Fernando Vivas / GOVBA
O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros repercutiu negativamente no setor agropecuário. Na Bahia, os impactos se concentram em exportações de carne, café, frutas cítricas e derivados. A expectativa do setor é de que os governos cheguem a um consenso para evitar a vigência da medida.
Levantamento da Sudene aponta que o Nordeste pode perder até R$ 16 bilhões por ano caso a taxação seja mantida. Bahia, Ceará e Maranhão lideram as exportações da região para os EUA e respondem por mais de 84% do volume comercializado.
Dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) mostram que, apenas em 2024, a Bahia exportou cerca de US$ 882 milhões para o mercado norte-americano, com destaque para frutas, café e peixes. Em 2025, o estado já movimentou US$ 440 milhões, especialmente com cacau e café.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), Humberto Miranda, classificou a decisão como um “movimento preocupante”, e pediu que os governos brasileiro e americano retomem o diálogo diplomático. Para ele, a sobretaxa compromete a competitividade brasileira e afeta também o mercado americano.
“Essa falta de sintonia política e econômica prejudica produtores dos dois lados. A taxação de 50% tira qualquer vantagem dos produtos brasileiros frente aos concorrentes de outros países”, afirmou.
No oeste baiano, polo agrícola do estado, a produção de grãos e fibras na safra 2024/25 ultrapassou 11,8 milhões de toneladas, com 2,8 milhões de hectares cultivados. A região exporta principalmente para a Ásia e Europa, mas ainda não houve manifestação pública de entidades como a Aiba e a Abapa, que representam os grandes produtores da área.