TCE aponta que em mais de 90% do estado 'Bahia sem Fome' tem sido incipiente ou inexistente

Foto: Fernando Vivas / GOVBA

Um relatório técnico produzido por seis auditores do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA) revelou falhas estruturais graves na política de Segurança Alimentar e Nutricional da gestão Jerônimo Rodrigues (PT), com foco especial sobre a execução do Bahia Sem Fome — programa que o governo vende como carro-chefe de sua atuação social.

O levantamento, que analisou ações realizadas entre janeiro e novembro de 2024, mostra que 90 dos 417 municípios baianos não foram contemplados com nenhuma ação do programa. Outros 289 receberam apenas uma ou duas iniciativas. Ou seja: em mais de 90% do estado, a política de combate à fome tem sido incipiente ou inexistente.

Além disso, o relatório aponta uma desconexão entre anúncios e entregas efetivas da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), comandada por Fabya Reis (PT), ex-candidata a vice-prefeita de Salvador. Segundo os auditores, promessas como a entrega de Casas de Farinha e Mini-Fábricas de Vassouras ficaram só no discurso. Os equipamentos não foram repassados às comunidades.

Outro ponto crítico identificado foi a total ausência, em 2024, de um Plano de Segurança Alimentar e Nutricional vigente. “Sem um plano em execução, impede-se a definição clara de diretrizes, metas e indicadores, dificultando a identificação do público-alvo e a avaliação das necessidades de segurança alimentar”, alertam os auditores.

A cereja do bolo é o flagrante desperdício: kits de cozinhas comunitárias adquiridos pelo programa estariam armazenados de forma precária no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (Ceped), em Camaçari, sem qualquer previsão de uso ou distribuição adequada. Informações do Correio.