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Rui Costa se diz à disposição para disputar o Senado, mas adia decisão para 2026
Rui Costa se diz à disposição para disputar o Senado, mas adia decisão para 2026
Ministro da Casa Civil afirma que definição só será feita após nova conversa com Lula no início do próximo ano
Por Redação
08/07/2025 às 07:38
Atualizado em 09/07/2025 às 16:09

Foto: Reprodução / Instagram / TV Cultura
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), mudou o tom sobre sua possível candidatura ao Senado em 2026. Em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, na noite de segunda-feira (7), o ex-governador da Bahia declarou que a definição sobre seu futuro político só será tomada no início do próximo ano, após nova conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Na posição em que estou, não posso antecipar uma posição minha este ano. Estou organizando as entregas do governo, e seguirei assim por mais algumas semanas ou meses. Mas, se eu for candidato a alguma coisa, será no ano que vem”, afirmou Rui.
Apesar da cautela, o petista admitiu estar à disposição para concorrer ao Senado e descartou qualquer retorno ao Palácio de Ondina. “Eu não serei candidato a governador. O candidato é Jerônimo Rodrigues, isso eu posso afirmar hoje”, disse.
Rui já havia sinalizado pretensões eleitorais no último dia 4, durante evento com o presidente Lula na Petrobras. Agora, ele confirma que o debate sobre 2026 está sendo adiado para “janeiro ou fevereiro”, quando deve sentar com Lula para definir qual o papel mais estratégico para ele na corrida eleitoral da Bahia — inclusive com possibilidade de uma chapa "puro-sangue do PT" no estado.
Durante a entrevista, Rui Costa também reiterou que Lula será candidato à reeleição e evitou fazer projeções sobre o futuro do país após um eventual quarto mandato do presidente.
Aumento de deputados
Na mesma entrevista, o ministro da Casa Civil afirmou ser "pouco provável" que Lula sancione o projeto que amplia de 513 para 531 o número de deputados federais.
“É uma escolha que só cabe a ele. Não vou dar conselhos sobre isso”, disse, antes de admitir, após insistência dos entrevistadores: “Acho pouco provável que Lula sancione”.
O projeto, aprovado em junho pelo Senado e pela Câmara no mesmo dia, enfrenta forte resistência, inclusive entre parlamentares, e prevê impacto de R$ 65 milhões ao ano com salários e estrutura para os 18 novos parlamentares. A proposta também foi reprovada pela opinião pública: segundo o Datafolha, 76% dos brasileiros são contra o aumento.
Trump, IOF e Hugo Motta
No Roda Vida, Rui também comentou as declarações recentes de Donald Trump contra o Brics e o Brasil: “Não vai ser ameaça de um ou outro país que vai conter o avanço brasileiro”.
Sobre o IOF, que foi derrubado pelo Congresso, ele afirmou que a medida não é apenas fiscal: “É uma questão de governabilidade. Se o governo não puder mais publicar decreto ou portaria, não tem mais governo. Nem esse, nem nenhum outro”.
O ministro também avaliou como "plenamente possível" a repactuação da relação com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que assumiu o cargo interinamente na ausência de Arthur Lira (PP-AL).
Energia e críticas pessoais
Rui Costa revelou ainda que o governo prepara uma medida provisória para reduzir o impacto da conta de luz no bolso da população.
Ao ser questionado sobre seu estilo de liderança na Esplanada, rebateu as acusações de ser autoritário: “Não tenho nenhuma dificuldade de relacionamento. Isso é mito”.
A bancada de entrevistadores foi formada por Josias de Souza (UOL), Marcello Corrêa (Valor Econômico), Renata Agostini (O Globo), Vera Rosa (Estadão) e Vinicius Mota (Folha), com participação do cartunista Luciano Veronezi.