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Protocolo do PP é natimorto e União comandará federação na Bahia; PSDB e Podemos se bicam
Protocolo do PP é natimorto e União comandará federação na Bahia; PSDB e Podemos se bicam
Confira os bastidores dos acordos e desacordos entre as legendas sobre o posicionamento eleitoral em 2026 na coluna Careca de Saber desta semana
Por Evilásio Júnior
25/04/2025 às 06:00
Atualizado em 29/04/2025 às 09:41

Foto: Divulgação
O União Brasil terá o controle sobre a federação com o PP na Bahia, apesar do ofício protocolado à direção nacional do partido pelo deputado federal Mário Negromonte Júnior, comandante estadual progressista, para tentar impedir a efetivação da metodologia do acordo.
"A federação está bem amarrada e nossa expectativa é de que seja anunciada na próxima semana. O critério estabelecido foi de que os comandos estaduais serão do partido que tem a maior representatividade. Aqui na Bahia, eu posso te garantir que será do União Brasil. Como se dará a condução, isso já foi objeto de debate nacional e está pacificado. Não tem mais discussão sobre isso", garantiu o deputado federal e presidente do UB baiano, Paulo Azi, em entrevista ao Blog do Vila.
O anúncio da união das siglas está previsto para a próxima terça-feira (29), em Brasília.
Números comprovam vantagem do União
Atualmente, o PP possui quatro parlamentares em Brasília – Cláudio Cajado, Neto Carletto, João Leão, além do próprio Negromonte Jr. – e seis na Assembleia Legislativa – Antônio Henrique Júnior, Eduardo Salles, Felipe Duarte, Hassan, Nelson Leal e Niltinho.
Já o União conta com seis na Câmara – Azi, Elmar Nascimento, Dal, Arthur Maia, Leur Lomanto Jr. e José Rocha – e outros 10 na Alba – Alan Sanches, Júnior Nascimento, Kátia Oliveira, Luciano Simões Filho, Manuel Rocha, Marcelinho Veiga, Marcinho Oliveira (que está de saída), Pedro Tavares, Robinho e Sandro Régis.
Mesmo que em número de prefeituras o PP leve vantagem – 41 a 39 –, em população governada a diferença é ainda maior: 5.585.052 para o UB contra 993.723 para os progressistas.
Comando da federação indefinido
Se não há dúvidas em relação aos tamanhos, a única indefinição é sobre quem comandará a federação no estado. "Isso ainda não foi discutido. A conversa sobre nomes se dará depois da oficialização", completou Azi.
Como a escolha recairá sobre alguém do União, para a eleição de 2026, quem não fizer campanha para o candidato do grupo liderado pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto – possivelmente ele próprio – deverá buscar outro rumo.
Marcinho no PRD
Embora hoje tenha 10 deputados estaduais, o União Brasil está próximo de perder um de seus quadros. Esta semana, Marcinho Oliveira bateu o martelo em reunião com o vice-presidente nacional do partido, ACM Neto.
Ele será expulso, em acordo com a executiva estadual, mas não sofrerá ação de perda de mandato por infidelidade partidária, apesar de seu posicionamento favorável ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) na Alba.
O destino mais próximo é o PRD de Binho Galinha.
PSDB e Podemos desafinados
Se do ponto de vista nacional a fusão entre PSDB e Podemos se encaminha para um final feliz, na Bahia o afinamento está bem distante do diapasão.
Embora a presidência da nova agremiação se encaminhe para a deputada federal Renata Abreu (Pode-SP), com a anuência de Marconi Perillo (PSDB-GO), os tucanos baianos exigem o controle no estado. Não só pelo tamanho da legenda – nove prefeitos, um federal (Adolfo Viana) e três estaduais (Jordavio Ramos, Paulo Câmara e Tiago Correia), contra seis prefeitos, um federal (Raimundo Costa) e um estadual (Laerte do Vando) –, mas principalmente pelo posicionamento eleitoral.
O PSDB está ligado a Neto e quer se manter na oposição. O Podemos integra o governo de Jerônimo e não quer mudar de lado.
A situação é semelhante em Pernambuco, Goiás e Mato Grosso do Sul, com o agravante de a oposição baiana ser contra o PT, o que não ocorre nos demais estados em desacordo.
De cima para baixo, Podemos no limbo e PSDB decadente
Fontes ouvidas pela coluna reclamaram que as tratativas para a fusão de PSDB e Podemos não passaram pelas executivas estaduais e municipais, pois foram estabelecidas "de cima para baixo".
Um tucano com bom trânsito em Brasília confessou ao blog: "Essa questão de apoio, primeiro funde depois se pensa em coligações locais. Acho que a Bahia não será empecilho para fechar um acordo firmado nacionalmente".
Para ele, no entanto, "não tem como Adolfo apoiar Jerônimo. O Podemos vai acabar no limbo".
Uma liderança do Podemos, por sua vez, pontuou que "até que o acordo saia, é natural cada um puxar a brasa para sua sardinha. O PSDB é um partido histórico, mas todos nós sabemos que, nacionalmente, vem decaindo um pouco".
Vereadores apostam que permanecem onde estão
Apesar da contenda local, os dois vereadores do Podemos em Salvador, Randerson Leal e João Cláudio Bacelar, que preside a legenda no município, acreditam que não serão afetados com a fusão.
"O que ouço aqui dentro do partido é que há uma promessa de que não vai haver mudança no comando da Bahia, que vamos permanecer com o grupo que já estamos, ou seja, na base do governador Jerônimo, e isso nos tranquiliza. Essa é a exigência que nós fazemos para permanecer no partido", ponderou João Cláudio.
"Eu não tenho dúvida nenhuma de que essas tratativas de fusão estão sendo muito bem conduzidas pela nossa líder nacional e presidente do Podemos, a deputada federal Renata Abreu. Não tenho dúvida de que será o melhor para o nosso partido. Eu já conversei aqui com o nosso presidente estadual Heber Santana e o que nos foi passado é que, independentemente da fusão ou não com o PSDB, o Podemos continua na base do governador Jerônimo Rodrigues para a campanha e a eleição de 2026. Então, isso já é dado como certo", completou Randerson.
Assim como a federação UB-PP, a previsão é de que a fusão de PSDB e Podemos seja anunciada nacionalmente na próxima semana.