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Anistia Internacional cobra governo da Bahia por inação diante da violência e falta de transparência

Anistia Internacional cobra governo da Bahia por inação diante da violência e falta de transparência

Entidade volta a Salvador após sucessivas tentativas frustradas de diálogo; governo Jerônimo Rodrigues é acusado de omissão e de vetar acesso a dados da segurança pública

Por Redação

30/05/2025 às 08:28

Atualizado em 02/06/2025 às 10:34

Foto: AF Rodrigues / Anistia Internacional Brasil

A Anistia Internacional desembarca na próxima segunda-feira (2) em Salvador para uma reunião com o procurador-geral de Justiça e representantes do Ministério Público estadual. O encontro busca discutir a escalada da violência na Bahia, que, pelo décimo ano consecutivo, lidera o ranking nacional de homicídios — foram quase 7 mil mortes em 2023, mais que o dobro do registrado em São Paulo.

A visita ocorre após sucessivas tentativas frustradas de diálogo com o governo baiano, especialmente sobre a letalidade policial e casos emblemáticos como as chacinas do Cabula e da Gamboa, que seguem sem respostas. Segundo a Anistia, desde a gestão de Rui Costa (PT) até o atual governo de Jerônimo Rodrigues (PT), não houve avanços concretos em políticas públicas de segurança com foco na garantia dos direitos humanos.

Em 2023, no início do governo Jerônimo, a entidade se reuniu com representantes do estado e ouviu promessas de ações efetivas. Dois anos depois, a avaliação da Anistia é de que nada saiu do papel. A nova visita, articulada pelo Ministério Público, é interpretada como uma cobrança pública por compromissos ignorados. Para a organização, o governador prometeu, assinou e discursou, mas, na prática, virou as costas para o problema, cuja face mais cruel é o impacto devastador sobre a juventude negra.

Além de não cumprir os acordos, o governo baiano, segundo a Anistia, adotou uma política de opacidade: vetou o acesso a dados da segurança pública e ignorou pedidos formais de reunião. A entidade afirma que, desde o fim de 2024, tenta obter informações básicas para monitorar os avanços prometidos, mas sem sucesso. Foram três solicitações de audiência com o governador — duas em abril (dias 3 e 28) e uma mais recente, em 23 de maio —, todas ignoradas.

A Anistia também denuncia a inconsistência dos dados sobre mortes por intervenção policial, que divergem entre os sistemas federal, estadual e do Ministério Público, dificultando o diagnóstico real do problema. Para a organização, a segurança pública na Bahia se transformou em um “jogo de empurra e de esconde”, com o governo consolidando, no cenário nacional e internacional, a imagem de omissão diante da crise. Informações do Correio.

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