Justiça decreta prisão de Binho Galinha em operação contra organização criminosa

Foto: AscomALBA / AgênciaALBA

O deputado estadual Binho Galinha (PRD) voltou a ser alvo de uma ofensiva conjunta da Polícia Federal, do Ministério Público e da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, durante a Operação Estado Anômico, deflagrada nesta quarta (1º). A Justiça determinou, nesta terça-feira (30), a prisão preventiva do parlamentar, acusado de comandar uma organização criminosa com ramificações em Feira de Santana, Salvador e São Gonçalo dos Campos.

Além da ordem de prisão, que ainda não foi cumprida, as autoridades bloquearam até R$ 9 milhões em bens ligados ao grupo e suspenderam atividades de empresas investigadas por envolvimento no esquema. De acordo com os investigadores, Binho exercia papel de liderança na estrutura criminosa, utilizando influência política e econômica para expandir as atividades ilícitas.

Até o momento, oito pessoas foram presas, entre elas quatro policiais militares, a esposa do parlamentar, Mayana Cerqueira da Silva, e o filho, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano. Os dois já haviam sido detidos em 2023, mas foram soltos em abril de 2024.

A operação, que mobilizou policiais federais e equipes da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), cumpre 10 mandados de prisão preventiva e 18 de busca e apreensão em endereços ligados ao deputado e a seus aliados. As apurações apontam que o grupo atuava em fraudes, lavagem de dinheiro e crimes violentos na disputa por territórios.

Essa não é a primeira vez que o parlamentar enfrenta acusações. Em ocasiões anteriores, Binho Galinha já havia sido citado em investigações sobre vínculos com grupos armados e uso da estrutura política para blindagem de atividades suspeitas.

Até o momento, o deputado não foi localizado. Ele permanece na condição de foragido e, conforme a Justiça, será conduzido imediatamente ao sistema prisional caso seja encontrado.

Nesta terça-feira (30), o parlamentar estava na Assembleia Legislativa acompanhado de um advogado e, interpelado pelo Blog do Vila, se recusou a falar com a imprensa. "É entrevista? Entrevista eu não dou nem para a minha mãe", afirmou, e bateu em retirada em direção ao plenário da Casa.