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Cajado acusa governo Lula de 'desfigurar' arcabouço fiscal após nova proposta de exceção para segurança pública
Cajado acusa governo Lula de 'desfigurar' arcabouço fiscal após nova proposta de exceção para segurança pública
Deputado baiano diz que retirada de despesas do limite da LC 200 representa abandono deliberado da âncora fiscal e alerta para risco de explosão da dívida
Por Evilásio Júnior
18/11/2025 às 09:36

Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados
O deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA) criticou duramente o governo Lula após o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmar que o presidente está “convencido” a retirar despesas de segurança pública do limite imposto pela Lei Complementar 200/2023, que instituiu o Regime Fiscal Sustentável. Para Cajado, a sinalização representa um “abandono deliberado” da âncora fiscal aprovada no início da gestão.
Na nota enviada ao Blog do Vila, o parlamentar — que foi relator do arcabouço fiscal — afirma que o governo vem promovendo uma desmontagem progressiva da regra, criando sucessivas exceções “sempre sob o pretexto de políticas meritórias”. Segundo ele, medidas recentes já fragilizam o regime, como os R$ 5 bilhões anuais para Defesa, R$ 12 bilhões para o Pé-de-Meia e R$ 10 bilhões destinados ao Fundo de Investimento em Infraestrutura Social.
Cajado aponta ainda que avaliações técnicas da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira (Conof) da Câmara confirmam uma “fuga contínua” das regras da LC 200, por meio de decisões judiciais, reclassificações de despesas e projetos que criam “portas paralelas” para escapar do limite.
Para o deputado, o aumento real da receita não reflete responsabilidade fiscal, mas sim o efeito da PEC da Transição, que elevou gastos obrigatórios sem a indicação completa das fontes de custeio. Ele alerta que a pressão sobre despesas obrigatórias tem comprimido o orçamento discricionário e prolongado o déficit primário.
“A regra fiscal é patrimônio da sociedade brasileira, não do governo de turno. O governo precisa cumprir a lei, e não reinventá-la diariamente”, afirma Cajado.
O parlamentar ainda afirma que seguirá no combate a “cada tentativa de flexibilização indevida”, e reforça que o teto de despesas “não é inconveniente, mas garantia de que o Estado não gastará acima do que pode”.

