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Alba aprova mais R$ 950 milhões em empréstimos sob protesto da oposição e atropelamento regimental

Alba aprova mais R$ 950 milhões em empréstimos sob protesto da oposição e atropelamento regimental

Com 22 pedidos enviados em menos de três anos, governo Jerônimo já soma R$ 26 bilhões em novas dívidas enquanto enfrenta questionamentos sobre transparência e destino dos recursos

Por Redação

11/12/2025 às 06:12

Foto: Sandra Travassos / Alba

A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) aprovou, nesta quarta-feira (10), mais dois pedidos de empréstimo do governo Jerônimo Rodrigues (PT), em um total de R$ 950 milhões, em meio a uma nova rodada de obstrução e protestos da oposição. A votação, conduzida de forma acelerada, com atropelamentos ao regimento interno e obstrução superior a 12 horas pela oposição, reforçou o padrão que tem marcado as últimas apreciações de crédito na Casa.

Os projetos 26.034/2025 — R$ 300 milhões junto à Caixa Econômica Federal para infraestrutura urbana — e 26.051/2025 — R$ 650 milhões no Banco do Brasil para projetos de PPP — foram aprovados sem que as questões de ordem da oposição fossem sequer consideradas. A presidente Ivana Bastos (PSD) ignorou o pedido para que o texto voltasse às comissões e levou a matéria diretamente ao plenário, onde a votação foi simbólica.

O mesmo rito se repetiu no segundo empréstimo, o que ampliou a tensão no plenário. Com as novas operações, Jerônimo já encaminhou 22 pedidos de empréstimo em menos de três anos de gestão, que totalizam R$ 26 bilhões — o equivalente a um terço do orçamento anual do Estado.

Durante a tarde, o líder da oposição, Tiago Correia (PSDB), criticou a falta de clareza sobre o destino dos recursos. Segundo ele, o governo incluiu praticamente todas as ações estaduais no amplo guarda-chuva do projeto, mas sem detalhar quais programas seriam contemplados, nem os valores destinados a cada área. “O parecer era tão sucinto quanto o projeto do empréstimo em si”, afirmou.

A sessão se estendeu pela noite com discursos inflamados. Deputados como Emerson Penalva (PDT), Samuel Júnior (Republicanos) e Júnior Nascimento (União Brasil) voltaram a bater nas fragilidades do governo na saúde, na segurança pública e na gestão fiscal, enquanto cobravam explicações sobre o crescente endividamento do Estado.

No fim da noite, os parlamentares ainda apreciavam o projeto que autoriza a Bahia a aderir ao Propag, o programa federal de renegociação de dívidas. A oposição vê contradição: o governo admite a necessidade de reorganizar o passivo, mas segue empilhando novos empréstimos.

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