Félix nega ter conversado com Neto sobre federais e confirma pretensão de manter PDT nas bases de Bruno e Jerônimo

Foto: Evilásio Júnior

Com conversas para lá de avançadas para retornar à base do governo estadual, o deputado federal e presidente do PDT na Bahia, Félix Mendonça Júnior, confirmou ao Blog do Vila que a pretensão do partido é se manter alinhado com o prefeito Bruno Reis (União Brasil) em Salvador.

Atualmente, a legenda participa da gestão com a secretária municipal do Mar, Andréa Mendonça – irmã do próprio Félix –, e ainda conta com a vice-prefeita Ana Paula Matos, bem como os vereadores Anderson Ninho, Débora Santana, Omarzinho Gordilho e Roberta Caires – todos levados à sigla pelas mãos do também congressista Leo Prates, de Bruno e do vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto.

"O PDT está na base e continua na base do prefeito. Da nossa parte, não há qualquer conversa sobre saída de Ana Paula e dos vereadores do partido, muito pelo contrário. O partido ajudou esse governo, com chapa de vereadores, com tempo de TV e participação na gestão. Não tem porque o partido se rebelar e fazer oposição a um governo que nós ajudamos a eleger. Acho que estão fazendo um cavalo de batalha, pois o próprio Leo Prates apoia o governo do PT em Brasília e está no projeto de Neto na Bahia. Agora, obviamente, se o prefeito quiser que a gente saia, será uma questão unilateral e a gente vai ter que respeitar", apontou o parlamentar, em contato com a reportagem.

De acordo com o dirigente pedetista, é falso o argumento de que Bruno e Neto chegaram a oferecer ajuda na montagem da chapa do PDT para eleger três deputados federais em 2026, a fim de renovar a parceria.

"Não teve conversa alguma com Bruno ou Neto sobre 2026, muito menos sobre eleger três federais. Desde a eleição de 2024 Neto nunca mais procurou o PDT. Tomei como surpresa essa informação. Aliás, o PDT não foi ouvido nem mesmo para a eleição de 2024 e não teve qualquer participação sobre a composição das chapas", enfatizou.

Sobre a negociação com o Palácio de Ondina, Félix admitiu a tendência de acordo, mas negou que as tratativas se baseiam em ocupação de espaços na administração do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

"O governo se comprometeu em dar apoio para que o PDT possa se fortalecer com vereadores e prefeitos e, para 2026, eleger três deputados estaduais e três federais. Essa conversa existe sim. Mas não exigimos qualquer cargo, porque fizemos oposição ao governo na eleição passada. Nunca teve esse compromisso e isso não está amarrado. Agora, é claro que, definido o apoio, após a eleição de 2026, nós teremos que sentar para conversar sobre espaços, como qualquer partido da base", afirmou o deputado.

No próximo dia 2 de maio, o presidente nacional do PDT e ministro da Previdência Carlos Lupi virá à capital baiana para se encontrar com Jerônimo. A expectativa é a de que, dias antes, o martelo já esteja batido para que o retorno à base seja anunciado formalmente após a reunião.