Professores de Salvador aceitam acordo com a prefeitura e encerram greve após 74 dias

Foto: Cayque Guimarães

Após 74 dias de paralisação, os professores da rede municipal de Salvador decidiram encerrar a greve nesta sexta-feira (18), em assembleia realizada no Ginásio dos Bancários. A decisão veio após a categoria aprovar um acordo com a Prefeitura de Salvador que prevê o pagamento do piso nacional do magistério, atualmente fixado em R$ 4.867,77.

A paralisação, iniciada em 6 de maio, foi motivada pelo não pagamento do piso salarial. Durante as negociações, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) também reivindicou aumento de 9% para todos os cargos e 20% de gratificação, itens incorporados na proposta final da prefeitura, segundo o secretário municipal da Educação, Thiago Dantas.

Na véspera da assembleia, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) havia determinado multa diária de R$ 30 mil ao presidente da APLB, Rui Oliveira, pelo descumprimento de decisões que ordenavam o fim da greve. O TJ autorizou ainda o desconto dos dias não trabalhados dos salários dos grevistas, conforme prevê a legislação.

Com o encerramento da paralisação, a Secretaria Municipal da Educação (Smed) anunciou a extensão do calendário letivo até janeiro de 2026, para garantir que os cerca de 131 mil alunos da rede municipal cumpram a carga horária mínima exigida por lei.

Além do reajuste salarial, o acordo inclui a criação de novas vagas nos níveis 2, 3 e 4 da carreira, para permitir a progressão por titulação e valorização dos professores. A prefeitura também se comprometeu a regulamentar a conversão da licença-prêmio em pagamento futuro.