Home
/
Notícias
/
Política
/
Jerônimo rejeita rotular facções como terroristas e alerta para risco à soberania brasileira
Jerônimo rejeita rotular facções como terroristas e alerta para risco à soberania brasileira
Ao comentar megaoperação no Rio, governador da Bahia critica proposta defendida por aliados de Bolsonaro e diz que debate não pode virar palanque político
Por Redação
04/11/2025 às 06:48

Foto: Wuiga Rubini / GOVBA
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) voltou a se posicionar contra a proposta de classificar facções criminosas como organizações terroristas, tese defendida pelo governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e apoiada por setores da oposição. Para o petista, a medida pode gerar um efeito colateral indesejado ao abrir brecha para um debate internacional sobre soberania brasileira.
Jerônimo afirmou que misturar terrorismo com crime organizado “abre possibilidade” para pressões externas e interfere na política de segurança pública nacional. Ele participou, nesta segunda-feira (3), da abertura do Mês Nacional do Júri 2025 no Tribunal de Justiça da Bahia, ao lado do presidente do CNJ e do STF, ministro Edson Fachin.
"Ato terrorista, colocando-se agora, pode expor o país a novo debate sobre soberania. Na medida em que a gente coloca esse tema de terrorismo em um ambiente que é de facção, que é de crime organizado, a gente mistura as coisas, e a gente abre a possibilidade de novamente alguns países quererem vir para invadir a nossa soberania e a nossa nacionalidade", afirmou o chefe do Executivo baiano.
O posicionamento segue a mesma linha do governo federal, reafirmada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que também rechaçou a equiparação. A discussão ganhou fôlego após a megaoperação no Rio contra o Comando Vermelho, enquanto pesquisa Genial/Quaest mostrou que 72% dos fluminenses defendem enquadrar as facções como terroristas.
Mesmo na defesa de alinhamento com o governo Lula, Jerônimo pediu que o tema não seja politizado às vésperas do processo eleitoral e ressaltou que a prioridade deve ser união e coordenação entre os entes federativos para enfrentar o crime organizado.
"Não temos que soltar a mão de um projeto público, temos que ir para dentro, fazer a boa disputa, porque nesse momento não dá para a gente imaginar que é hora de usar a situação dessa para fazer eleições, fazer política partidária, não combina com o horário. A hora é indevida para isso, a hora agora é de unir as forças, colocarmos as nossas diferenças da concepção de segurança pública na mesa", disse Jerônimo.

