Ministra baiana é barrada em evento e presidente do TSE denuncia racismo
Convidada para palestra sobre assédio e discriminação, Vera Lúcia Santana foi impedida de entrar mesmo após apresentar carteira funcional; Cármen Lúcia cobra responsabilização
Por Redação
21/05/2025 às 10:26

Foto: Pedro França/Agência Senado
A ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Vera Lúcia Santana Araújo, foi barrada ao tentar acessar um evento em que seria palestrante, em Brasília. O episódio gerou reação imediata da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, que classificou o caso como racismo, discriminação e um tratamento indigno.
A denúncia foi feita na abertura da sessão do TSE desta terça-feira (21), quando Cármen relatou que Vera Lúcia, convidada para um seminário da Comissão de Ética Pública (CEP), na última sexta (16), chegou a apresentar sua carteira funcional, mas ainda assim foi impedida de entrar no local.
“Racismo é crime. Etarismo é discriminação. É inconstitucional, imoral, injusto qualquer tipo de destratamento em razão de qualquer critério que não seja a dignidade da pessoa humana”, afirmou a presidente do TSE.
Indicada ao tribunal pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Vera Lúcia é advogada baiana e ativista do movimento de mulheres negras. Natural de Livramento de Nossa Senhora, na Chapada Diamantina, ela só conseguiu entrar no auditório e realizar a palestra após providências tomadas pela organização.
O evento, que discutia a prevenção ao assédio e à discriminação, foi realizado no edifício da Confederação Nacional do Comércio (CNC), onde ficam órgãos como a Advocacia-Geral da União (AGU). Em ofício enviado ao TSE, a AGU informou que a segurança do prédio é feita por funcionários terceirizados do condomínio e prometeu cobrar providências.
Apesar de não controlar diretamente a entrada no local, a AGU declarou que exigirá a responsabilização dos envolvidos e a implementação de medidas preventivas. “A AGU adotará todas as medidas cabíveis para compelir os responsáveis pela administração do prédio a responsabilizarem o autor da agressão e implementarem ações educativas, a fim de que situações semelhantes jamais se repitam”, afirmou o órgão.
A ministra Cármen Lúcia também enviou um ofício formal à Comissão de Ética da Presidência da República denunciando o ocorrido. “É um agravo que atinge todo brasileiro e toda brasileira, além de ferir a dignidade da Justiça Eleitoral”, concluiu.
Com informações da Agência Brasil.