Bahia escapa parcialmente de tarifaço dos EUA, mas setores como manga, cacau e café seguem na mira

Foto: Joá Souza / GOVBA

A confirmação do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, oficializado por decreto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, trouxe um alívio parcial para a economia baiana. Junto à medida, foi publicada uma lista com 694 exceções — e nela estão produtos relevantes para a pauta de exportações da Bahia, como derivados de celulose, petróleo, sisal, metais e minérios.

A celulose lidera as exportações do estado para o mercado norte-americano e, segundo a Fieb, 12% da produção baiana tem os EUA como destino. O setor petroquímico também foi parcialmente poupado, com alguns derivados do petróleo ficando de fora da sobretaxa.

Apesar disso, o impacto sobre a agropecuária e a indústria alimentícia é expressivo. A única fruta baiana poupada foi a laranja. Já a manga — principal produto do setor, com 60% da produção escoada para os EUA — será tarifada. O mesmo acontece com os derivados de cacau, que renderam mais de R$ 260 milhões em exportações para os americanos apenas no primeiro semestre deste ano.

Produtos químicos, petroquímicos e pneus também foram atingidos pela medida. Para alguns setores, a saída será tentar redirecionar parte da produção para o mercado interno, o que já tem provocado quedas de preços nas prateleiras. Exemplo disso é a manga: em Juazeiro, o quilo caiu de R$ 4,22 para R$ 1,92 em um mês — uma redução de 54%. Em Salvador, o recuo foi de 51%.

Nem todos os setores, no entanto, conseguem escoar a produção localmente. Para esses, a expectativa é por apoio federal com medidas de compensação, como linhas de crédito e isenções temporárias, enquanto buscam novos mercados.

A nova tarifa entra em vigor na próxima quarta-feira, dia 6 de agosto.