Espera na regulação dispara 213% na gestão Jerônimo, aponta auditoria do TCE-BA

Foto: Matheus Landim / GOVBA

O tempo médio de espera na fila da regulação hospitalar mais que triplicou na Bahia durante o governo Jerônimo Rodrigues (PT), segundo auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA). O levantamento comparou janeiro a agosto de 2019 com o mesmo período de 2024 e apontou que a média estadual saltou de 1,5 para 4,7 dias — alta de 213%.

As especialidades com maior piora são cirurgias torácicas, hematologia, oncologia, urologia e pneumologia. O salto mais acentuado ocorreu em cirurgia torácica: de 4 para 10,4 dias, um acréscimo de 160%. Em hematologia, a espera aumentou de 4,7 para 7,8 dias (66%). A fila da oncologia — que lida com casos de câncer — passou de 5,2 para 6,7 dias (29%). Urologia saiu de 4,3 para 5,7 dias (32%) e pneumologia de 4,1 para 5,6 dias (36%).

O relatório dedica atenção especial à rede oncológica. Os auditores apontam que pacientes com suspeita de câncer acabam por ocupar leitos de alta complexidade em hospitais gerais até a confirmação do diagnóstico, dependente de exames nem sempre disponíveis. A consequência é a permanência prolongada nos leitos, menor giro hospitalar e maior dificuldade de entrada de novos pacientes, o que compromete toda a rede.

A auditoria também critica a crescente centralização do processo regulatório desde 2020. Com a desmobilização dos complexos reguladores do Sul e do Sudoeste, a Central Estadual de Regulação passou a absorver a quase totalidade da demanda, o que aumenta a pressão sobre a estrutura central e amplia os tempos de espera, sobretudo em regiões mais distantes da capital.