STJ anula operação que teve Binho Galinha como principal alvo
Decisão cita ilegalidade no uso de relatórios do Coaf; deputado e familiares seguem livres de medidas judiciais
Por Redação
26/06/2025 às 06:55
Atualizado em 27/06/2025 às 10:36

Foto: Agência Alba
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou, nesta quarta-feira (24), os efeitos da Operação El Patrón, que teve como principal alvo o deputado estadual Binho Galinha (PRD). A decisão do ministro Joel Ilan Paciornik aponta ilegalidade na obtenção de dados sigilosos do Coaf sem autorização judicial.
A investigação, deflagrada em dezembro de 2023, atribuía ao parlamentar o comando de uma organização criminosa envolvida em crimes como agiotagem, jogo do bicho, lavagem de dinheiro e receptação qualificada na região de Feira de Santana. Ele nega todas as acusações.
Com a decisão, todas as provas obtidas por meio do relatório do Coaf foram invalidadas, o que compromete o processo. A anulação também beneficia familiares e aliados do deputado, a exemplo da esposa, Mayana Cerqueira da Silva, o filho, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, e três policiais militares. O Ministério Público pode recorrer.
A operação havia cumprido 10 mandados de prisão preventiva, 33 de busca e apreensão, além de bloquear mais de R$ 200 milhões. Binho segue normalmente em exercício do mandato na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
Em nota, a assessoria do deputado afirmou que ele recebeu a decisão com “serenidade e respeito” e reforçou que sempre esteve à disposição da Justiça.