Em meio a uma sessão tensa e marcada por embates, a Câmara Municipal de Salvador rejeitou, nesta terça-feira (17), dois projetos de indicação da bancada de oposição relacionados ao sistema de transporte público da capital.

As propostas sugeriam o fim da limitação diária e mensal para uso da meia-passagem estudantil e a ampliação do tempo de integração entre ônibus de duas para três horas — o que permitiria aos usuários maior flexibilidade sem cobrança de nova tarifa.

As matérias foram derrubadas em plenário por maioria dos votos, após uma nova colisão entre vereadores da base do prefeito Bruno Reis (União Brasil) e parlamentares opositores. O impasse se deu durante a última sessão antes do recesso legislativo e, nos bastidores, a oposição avalia que houve retaliação política por parte dos governistas.

Segundo integrantes da minoria, o clima foi agravado após a invasão da Câmara por servidores municipais durante a votação do reajuste salarial no mês passado — episódio que segue reverberando internamente.

Durante o tempo partidário, o vereador Silvio Humberto (PSB) chegou a sugerir a retirada das matérias da ordem do dia, a fim de evitar uma rejeição em bloco por parte da base. A tentativa, no entanto, não avançou.

Reações no plenário

Na defesa da votação, o vereador Claudio Tinoco (União Brasil) argumentou que o Parlamento deve manter sua autonomia para decidir favoravelmente ou não às propostas, independentemente da autoria.

Já o líder do governo, Kiki Bispo (União), rebateu críticas da oposição e acusou os adversários de praticarem o mesmo comportamento em outras sessões. Ele também citou a dinâmica na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) como reflexo do que ocorre na Câmara.