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Ex-diretora de presídio vira pivô de escândalo com facção, fuga em massa e favores a políticos

Ex-diretora de presídio vira pivô de escândalo com facção, fuga em massa e favores a políticos

Denúncia do MP-BA envolve Joneuma Neres, ex-deputado Uldurico Jr. e vereador de Eunápolis em esquema que mistura voto de presos, fuga milionária e uso de influência política

Por Redação

04/07/2025 às 09:16

Atualizado em 04/07/2025 às 12:44

Foto: Paulo Sergio / Câmara dos Deputados

A denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA) contra a ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, Joneuma Silva Neres, revela um esquema que mistura articulação política, crime organizado e uso da máquina pública para fins eleitorais.

De acordo com o MP, Joneuma mantinha uma relação com Dadá, chefe da facção Primeiro Comando de Eunápolis, e teria atuado para intermediar encontros entre ele e Uldurico Jr. (MDB), então candidato a prefeito de Teixeira de Freitas, com a presença do vereador Cley da Autoescola (PSD). O objetivo era garantir apoio político e votos entre presos provisórios, familiares e amigos. Cada voto seria "comprado" por R$ 100, pagos em dinheiro por intermediários da facção.

O esquema teria beneficiado o ex-deputado federal Uldurico Jr., padrinho político e, segundo a própria Joneuma, pai do filho que ela esperava. A denúncia aponta que ela usava a influência do ex-parlamentar junto à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) para nomear aliados e exonerar servidores que não se submetiam ao comando da facção dentro do presídio. Em um dos casos, a própria irmã, Joceuma, foi nomeada como advogada da facção.

A apuração também cita fotos, casamento de “alto padrão” e até um teste de DNA juntado por Joneuma em processo de “alimentos gravídicos” contra o ex-deputado, com quem teria rompido após ser presa. Uldurico, hoje casado com a advogada Renata Rebouças, afirmou que não comentaria o caso e que “tem pressa” para realizar o exame de paternidade.

Fuga milionária

Joneuma também é acusada de facilitar a fuga de 16 detentos em dezembro de 2024. Conforme o MP-BA, ela recebeu R$ 1,5 milhão da facção como pagamento por regalias e omissões. O plano usou uma furadeira a bateria, cujo barulho foi percebido dias antes por um supervisor, impedido de agir pelos presos. 

A coordenadora do presídio ignorou o alerta, recolheu a ferramenta apenas dias depois e a manteve sob sua guarda. Após a fuga, determinou que um aliado a levasse ao seu carro, além de tentar apagar registros e produzir um falso comunicado interno.

A ação contou com armamento pesado — incluindo fuzis AK-47, AR-15 e Parafal — e terminou com vigilantes atacados e um cão de guarda morto. O MP sustenta que Joneuma e o coordenador de segurança devem responder por tentativa de homicídio de um dos agentes.

Presos com trânsito livre, facas transportadas em baldes e ordens vindas de dentro da direção do presídio completam o enredo que, segundo o Ministério Público, “escancarou” a tomada do sistema prisional de Eunápolis por interesses criminosos e políticos. Informações do Bahia Notícias.

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