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Oposição acusa prefeito de 'orquestrar' perseguição ao PSOL; Kiki nega: 'Quem entende de plano e violência à democracia é o pessoal de Kléber Rosa'

Oposição acusa prefeito de 'orquestrar' perseguição ao PSOL; Kiki nega: 'Quem entende de plano e violência à democracia é o pessoal de Kléber Rosa'

Ato na Câmara de Salvador contra cassação de Hamilton Assis reuniu lideranças e vereadores contrários a Bruno Reis e até presidente do PT

Por Evilásio Júnior

13/08/2025 às 06:00

Atualizado em 16/08/2025 às 01:44

Foto: Evilásio Júnior

A área externa da Câmara Municipal de Salvador foi palco, nesta terça-feira (12), de um ato em defesa do mandato de Hamilton Assis (PSOL), alvo de processo no Conselho de Ética que pode levar à cassação do seu mandato. A mobilização reuniu vereadores de oposição ao prefeito Bruno Reis (União Brasil), como Marta Rodrigues (PT) e Aladilce Souza (PCdoB), além do novo presidente estadual do PT, Tássio Brito.

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Acusado de incitar a polêmica invasão ao plenário durante a votação do projeto de reajuste dos servidores, o ex-candidato a prefeito de Salvador, Kléber Rosa (PSOL), afirmou que "não há materialidade que justifique" a cassação do mandato de Hamilton.

"Eu só posso compreender que eles decidiram cassar e estão se apegando a qualquer motivo até a ausência deles. Eu acho que eles vão levar adiante, mas obviamente que nós estamos nos organizando para barrar, à medida em que a gente busca dar visibilidade e ampliar o processo de defesa do mandato de Hamilton envolvendo os diversos setores da luta popular, do conjunto da esquerda e dos setores comprometidos com a democracia", pontuou o líder socialista, em entrevista ao Blog do Vila.

Segundo Kléber, há um movimento articulado para enfraquecer o seu partido. "O prefeito Bruno Reis é quem lidera esse processo. Isso tem a ver com o processo de greve que expôs a prefeitura e sua prática no tratamento do serviço público. O prefeito Bruno Reis entendeu que está havendo uma mudança na hegemonia do debate político em Salvador, independentemente de eleição. Existe uma força política que cresce fazendo oposição e disputando opinião pública em relação ao prefeito. Ele entendeu isso e resolveu armar seu exército para atacar todas as figuras do PSOL. Então, eu estou sendo alvo de denúncia no Ministério Público. Eliete, como vocês acompanharam, foi alvo aqui de denúncias flagrantemente articuladas", acusou, ao citar a acusação da líder comunitária de Ilha de Maré, Luana do Brasil, contra a vereadora Eliete Paraguassu (PSOL). Na tribuna popular, a moradora acusou a edil de "perseguir" marisqueiras e pescadores e até "fraudar" documentação da Associação de Moradores, Pescadores e Marisqueiras de Porto dos Cavalos, Martelo e Ponta Grossa.

"Tudo isso é articulado pelo prefeito, que é quem lidera o Legislativo, a gente sabe disso. Então, há uma ação orquestrada contra o PSOL e nós estamos mobilizando os diversos segmentos, diversos partidos para compreender que isso é um processo de mudança da prática do prefeito e do grupo carlista que começa a operar mais alinhado com a extrema direita. Isso é perigoso e nós precisamos reagir e compreender esse processo", completou Kléber.

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Também alvo de representação na Assembleia Legislativa, ingressada por 32 vereadores da capital, o deputado estadual Hilton Coelho (PSOL) corrobora o argumento do correligionário de que há perseguição política contra o seu partido. 

"Esse tipo de método mostra que o poder não resiste à crítica. O carlismo sempre teve esse traço, mas a luta política vem se radicalizando no Brasil, e em Salvador não é diferente. O que a extrema-direita está fazendo internacionalmente, vitimando o Brasil, vai repercutindo em todo o território nacional. Não a toa que Bruno Reis se posiciona a favor do clã bolsonarista nessa queda de braço do presidente Lula em relação ao ataque à soberania nacional", comparou.

Como na Alba os parlamentares aliados ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), muitos deles de partidos de esquerda, são maioria, Hilton aposta que o seu processo não renderá transtornos: "A maioria dos deputados se apresentou e deu declaração pública de ser contrária ao processo de cassação".

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Em defesa do prefeito Bruno Reis, o líder do governo na Câmara, Kiki Bispo (União Brasil), rebateu as acusações dos opositores. "Quem entende de plano, de invasão, de ofensa e violência à democracia é o pessoal de Kléber Rosa. As imagens foram muito claras da violência que ele fez com esta Casa de Leis. Então, se tem algum plano aqui, quem pode falar com conhecimento e causa, inclusive com autoria e materialidade, é Kleber Rosa. Do ponto de vista do trato da Câmara Municipal, o prefeito tem toda a deferência à Câmara e entende e respeita a autonomia e o rito da Casa. Ele não interfere nas questões internas. Isso é uma matéria que está sendo tratada e discutida aqui. Não se trata do prefeito Bruno Reis. Trata-se de uma matéria da Câmara. Até hoje os vereadores estão extremamente magoados com a forma como foram violentados naquele dia 22 de maio, e isso é repercutido até hoje", afirmou.

De acordo com o comandante da maioria, a bancada defende apenas o cumprimento do regimento interno. "Para mim tudo tem que ser apurado e levado à baila de uma análise criteriosa. Claro que ninguém aqui vai querer fazer uma cassação por cassação. Ninguém vai querer prejudicar ninguém se não tiver nenhum fundamento. Agora, de fato, se alguém de fato praticou algum ato, algum ilícito, alguma invasão, alguma depredação, alguma orquestração, tem que se defender com base na legalidade. É isso que a gente defende", argumentou Kiki.

O processo contra Hamilton Assis segue em tramitação no Conselho de Ética e o vereador tem até o dia 20 de agosto para apresentar sua defesa formalmente.

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