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Racismo, invasão e ameaças: tensão explode na Câmara de Salvador após votação polêmica
Racismo, invasão e ameaças: tensão explode na Câmara de Salvador após votação polêmica
Eliete Paraguassu acusa Cláudio Tinoco de racismo e presidente Carlos Muniz promete apuração e punição após invasão de sindicalistas
Por Redação
27/05/2025 às 07:40
Atualizado em 27/05/2025 às 20:27

Foto: Antônio Queirós / CMS
A vereadora Eliete Paraguassu (PSOL) acusou Cláudio Tinoco (União) de racismo, durante sessão da Câmara de Salvador, nesta segunda-feira (26). Segundo a socialista, o colega afirmou que “seu lugar não é aqui, é na rua com seu povo” após a invasão de sindicalistas e manifestantes, na quinta (22), que protestaram contra o projeto de reajuste salarial dos servidores municipais.
A declaração foi feita em meio a uma sessão tensa, marcada por trocas de acusações entre parlamentares. Tinoco, que presidiu parte da reunião, negou violência, disse ter buscado manter o rito parlamentar e ameaçou acionar Eliete por quebra de decoro caso não comprove a acusação.
A vereadora afirmou ainda ter sido responsabilizada por Tinoco pela invasão da Câmara, que atualmente funciona de forma improvisada no Centro Cultural, após incêndio no prédio principal. “Não tenho medo de falar quando sou violentada. Isso é racismo”, declarou.
Tinoco alegou que apenas sugeriu aos vereadores do PSOL que intermediassem diálogo com as lideranças do partido que acompanhavam os manifestantes, como o deputado estadual Hilton Coelho e o ex-candidato a prefeito Kleber Rosa.
A sessão também teve fala da vereadora Marcelle Moraes (União), que insinuou que Hamilton Assis (PSOL) teria deixado a sala reservada sob pretexto de estar doente, mas logo se juntado aos manifestantes. Hamilton negou: disse que só chegou após a invasão e culpou a Prefeitura, que enviou o projeto sem dialogar com as categorias.
O presidente da Câmara, Carlos Muniz (PSDB), prometeu apurar responsabilidades e garantiu que servidores ou vereadores envolvidos serão punidos. Uma comissão já analisa imagens das câmeras de segurança.
O líder do governo, Kiki Bispo (União), comparou o episódio aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro e acusou Hilton e Bruno Carinhanha, diretor licenciado do sindicato e preso na quinta, de incitarem a violência que resultou na agressão aos vereadores Sidninho (PP) e Maurício Trindade (União).
Já a líder da oposição, Aladilce Souza (PCdoB), responsabilizou o prefeito Bruno Reis (União) pela invasão, ao tentar aprovar o projeto sem negociar. Segundo ela, havia até funcionários de prefeituras-bairro infiltrados entre os manifestantes. “É um caldeirão que não deveria estar acontecendo aqui”, afirmou.