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Governo da Bahia e Fieb se reúnem com Alckmin e pedem retirada de produtos baianos da taxação dos EUA
Governo da Bahia e Fieb se reúnem com Alckmin e pedem retirada de produtos baianos da taxação dos EUA
Trump oficializou tarifa de 50% sobre itens brasileiros; impacto na indústria baiana pode chegar a R$ 1,3 bilhão
Por Redação
05/08/2025 às 07:06
Atualizado em 06/08/2025 às 12:09

Foto: Matheus Landim / GOVBA
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) e o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Carlos Henrique Passos, se reuniram nesta segunda-feira (4), em Salvador, com representantes do setor produtivo e o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), para discutir estratégias diante da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A reunião com Alckmin, que também é ministro da Indústria, Comércio e Serviços, ocorreu por videoconferência.
O foco do encontro foi a defesa da exclusão de produtos baianos da lista de sobretaxação assinada pelo presidente Donald Trump. A medida começa a valer nesta quarta-feira (6) e, segundo estimativas da Fieb, pode gerar uma perda de até R$ 1,3 bilhão na economia estadual — o equivalente a 0,27% do PIB da Bahia — com impacto direto sobre polos industriais em Camaçari, Ilhéus, Feira de Santana, Vitória da Conquista, entre outros.
De acordo com Jerônimo, foi entregue ao governo federal um documento com propostas para minimizar os efeitos da taxação. “O vice-presidente Alckmin apresentou a expectativa de que o governo federal consiga retirar outros produtos da lista nos próximos dias. Vamos trabalhar firmemente para garantir que os setores baianos mais afetados sejam excluídos dessa política tarifária”, afirmou o governador.
Entre os itens defendidos pelo governo estadual para a lista de exceções estão celulose, derivados de cacau e pneus — produtos com forte peso na pauta exportadora da Bahia. Só no primeiro semestre de 2025, o estado exportou mais de US$ 45 milhões em manteiga, gordura e óleo de cacau para o mercado norte-americano.
Alckmin reforçou que o Executivo federal deve anunciar nos próximos dias novas medidas de apoio ao emprego, à produção e às empresas mais afetadas pela tarifa. “É fundamental que o governo e o setor privado trabalhem juntos pela redução das alíquotas e pela exclusão de mais setores da taxação”, afirmou.
De acordo com a Fieb, das 389 mercadorias brasileiras que passarão a ser sobretaxadas, 332 têm origem na Bahia, o que representa 81% da pauta industrial do estado. Os efeitos atingem diretamente cerca de 211 mil trabalhadores da indústria, com risco de aumento da ociosidade e de demissões em regiões já economicamente vulneráveis.
Esta foi a segunda reunião entre o Governo da Bahia e a Fieb desde a formação de um grupo de trabalho conjunto, no mês passado. O objetivo é articular, junto ao Palácio do Planalto, saídas diplomáticas, comerciais e fiscais para proteger o setor industrial baiano.
“Vamos buscar a redução da tarifa por meio da negociação diplomática e do envolvimento do governo federal. Mas também trabalhamos pela exclusão de mais produtos da medida”, afirmou Carlos Henrique Passos, presidente da Fieb. Ele também defendeu uma agenda continuada para enfrentar desafios estruturais da indústria baiana.