Home
/
Notícias
/
Política
/
Sem espaço no metrô: card de Jerônimo escancara exclusão de Geraldo e Coronel dos planos
Sem espaço no metrô: card de Jerônimo escancara exclusão de Geraldo e Coronel dos planos
Arte divulgada pelo governador sobre nova obra do metrô de Salvador evidencia prestígio de Lula, Rui e Wagner, coloca Otto em segundo plano e escanteia aliados como seu vice e senador do PSD
Por Evilásio Júnior
09/06/2025 às 12:45
Atualizado em 10/06/2025 às 12:43

Foto: Reprodução / Instagram
Ao comemorar nas redes sociais o início do projeto de ampliação do Tramo 4 da Linha 1 do metrô de Salvador — que ligará a Estação da Lapa ao Campo Grande — o governador Jerônimo Rodrigues (PT) não apenas celebrou os investimentos bilionários do PAC, mas também revelou os lugares prioritários no trem do poder na Bahia.
Na arte publicada, o presidente Lula aparece ao lado de Jerônimo na frente do primeiro vagão. Logo atrás, o ministro Rui Costa (Casa Civil) surge ladeado pelo senador Jaques Wagner (PT). Bem atrás, aparece a imagem de Otto Alencar, presidente estadual do PSD, que é alvo de sedução de ACM Neto. Mas dois nomes chamam atenção pela ausência: o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) e o senador Angelo Coronel (PSD).
A peça, desenhada para divulgar a obra de 1,2 km de extensão e R$ 1,5 bilhão de custo — com previsão de início dos trabalhos no fim do ano e entrega apenas em 2029 — mais parece uma ilustração do cenário político do que um anúncio técnico.
A exclusão dos dois aliados reacende o mal-estar interno na base do governo, especialmente entre partidos que têm cobrado manutenção de espaços e protagonismo nas decisões estratégicas. O MDB de Geraldo, por exemplo, ainda busca se firmar como aliado de peso no projeto de reeleição de Jerônimo, mas enfrenta resistência velada de petistas mais próximos a Rui Costa e Wagner.
Já Coronel, que nos bastidores tem manifestado descontentamento com o tratamento recebido, parece cada vez mais alijado do núcleo duro do governo. A ausência no trem do PAC pode ser só simbólica — ou pode ser um recado bem claro sobre quem seguirá na locomotiva do poder até 2026.