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MP-BA denuncia oito por corrupção e crimes ambientais no Inema; ré inclui ex-assessora ligada a aliados de Jerônimo
MP-BA denuncia oito por corrupção e crimes ambientais no Inema; ré inclui ex-assessora ligada a aliados de Jerônimo
Esquema teria movimentado R$ 16,5 milhões para acelerar licenças ambientais, segundo o Ministério Público
Por Redação
12/08/2025 às 08:14
Atualizado em 13/08/2025 às 08:53

Foto: Divulgação / Ascom Sema
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou oito pessoas por participação em um esquema de corrupção e crimes ambientais no Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).
Entre as rés está Maristela Tereza de Castro, apontada como articuladora do grupo e ex-integrante do gabinete do deputado estadual Vitor Bonfim (PV), aliado do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Ela ocupou o cargo de secretária parlamentar de 2018 até maio deste ano, e já havia sido assessora do atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida (PSB).
De acordo com a denúncia, aceita pela 1ª Vara Criminal Especializada de Salvador em 29 de julho, o esquema teria funcionado de 2018 a 2024 e movimentado R$ 16,5 milhões. O objetivo era acelerar, de forma ilegal, processos de licenciamento ambiental em troca de vantagens econômicas, prática conhecida como “speed money”.
O MP afirma que Maristela atuava como “lobista”, captando empreendedores interessados em obter licenças mais rápidas e com avaliação menos rigorosa. Os benefícios recebidos pelos envolvidos iam de dinheiro a presentes como cortinas, camarões, bolsas, jogo de cadeiras e procedimentos estéticos.
Segundo a investigação, as vantagens não estavam necessariamente vinculadas a atos específicos, mas eram entregues de forma periódica para manter a “boa vontade” de servidores e a quebra da impessoalidade nos trâmites do Inema.
De acordo com o MP-BA, Maristela Tereza de Castro, apontada como líder do esquema, cooptava empreendedores rurais e direcionava servidores do Inema para acelerar e favorecer licenças, recebendo valores que somam mais de R$ 1,8 milhão. O coordenador Jacques Douglas da Palma teria manipulado distribuições, feito vistorias irregulares e recebido mais de R$ 165 mil, parte via conta de sua esposa.
Três secretários da direção-geral — Angélica Xavier, Victor Arouca e Patrícia Azevedo — teriam repassado informações e agilizado pedidos de Maristela, recebendo vantagens como cortinas, camarões e relógios. Já a ex-secretária Sabrina Mendes é acusada de inserir dados falsos e manipular sistemas em troca de depósitos periódicos.
Entre os empresários envolvidos estão Gevalter Pizato, que teria pago mais de R$ 123 mil a Maristela e a servidores, e Alexander Von Amomon, consultor que, segundo a denúncia, firmou parceria com ela para obter trâmites e pareceres favoráveis a empreendimentos.