O retorno dos trabalhos legislativos na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), nesta terça-feira (5), foi marcado por mais uma troca de farpas entre parlamentares da base progressista e da oposição bolsonarista. O embate da vez envolveu a deputada Olívia Santana (PCdoB) e o deputado Diego Castro (PL), que atacou um projeto de lei da comunista e acabou sendo alvo de um processo por violência política.

Durante discurso na tribuna, Diego criticou duramente a proposta apresentada por Olívia, que prevê reparação e assistência a vítimas de ações policiais durante operações de segurança pública. Segundo ele, o texto "é uma bolsa para famílias de criminosos".

“Enquanto o cidadão de bem luta para sobreviver com um salário mínimo, a deputada quer dar dinheiro público para criminoso. Isso mostra o país que a esquerda quer: onde o bandido é favorecido e o trabalhador fica à margem”, disparou.

O projeto, protocolado em abril, tem como base uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconhece a responsabilidade civil do Estado em casos de mortes ou ferimentos provocados por policiais durante operações. A proposta autoriza o uso de recursos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza para custear o auxílio, com previsão mínima de 5% da arrecadação do fundo, conforme o artigo 6º.

No plenário, Diego batizou o projeto de “Bolsa Família do Crime”. “É uma proposta que, em vez de proteger o cidadão de bem, prestigia a vagabundagem”, afirmou.

"Fake news como método"

A reação de Olívia veio em coletiva à imprensa, na qual confirmou que ingressou com uma ação judicial contra Diego Castro. Segundo ela, o deputado usa fake news como método de atuação política.

“Tenho sido alvo de atitudes desrespeitosas, que desqualificam meu trabalho sem diálogo ou argumentos. É a prática do bolsonarismo: pregar mentiras, manipular redes sociais e bombardear com desinformação. Não aceitarei calada. Já entrei com processo por violência política”, disse.

Ela ainda afirmou que seu projeto não premia criminosos, mas reconhece o dever do Estado de reparar famílias atingidas injustamente por balas perdidas em comunidades periféricas.

Diego Castro, por sua vez, não recuou. Alegou que apenas leu o texto do projeto de Olívia e sugeriu que a deputada não conhece a própria proposta.

“Se ela não leu o próprio projeto, não posso ser responsabilizado por isso. O que incomoda a esquerda é a verdade”, concluiu.