Protesto contra PL da Dosimetria e feminicídios ocupa a orla da Barra
Manifestação reuniu movimentos sociais, centrais sindicais e coletivos feministas contra redução de penas para golpistas e em defesa de políticas de combate à violência contra a mulher
Por Redação
14/12/2025 às 13:10

Foto: Reprodução / Instagram / Alice Portugal
Manifestantes ocuparam a orla da Barra, bairro nobre de Salvador, na manhã deste domingo (14), em um ato que reuniu duas pautas centrais: a rejeição ao chamado “PL da Dosimetria” e a cobrança por medidas mais eficazes de combate ao feminicídio e à violência contra a mulher. A mobilização teve concentração no Morro do Cristo e seguiu em caminhada até o Farol da Barra.
O protesto foi organizado a partir de uma convocação nacional de movimentos sociais e, na capital baiana, contou com a articulação da Central Única dos Trabalhadores (CUT). O foco principal foi o projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira (10), que reduz o tempo de prisão de condenados por tentativa de golpe de Estado, como os atos ocorridos em 8 de janeiro de 2023.
Com cartazes e faixas, os manifestantes defenderam a punição rigorosa dos envolvidos nos ataques às instituições democráticas e se posicionaram contra qualquer tipo de anistia ou redução de penas, inclusive para o ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre as mensagens exibidas estavam frases como “Sem anistia” e “Pena máxima para golpistas”.
Além da crítica ao projeto de lei, o ato também incorporou pautas ligadas à defesa dos povos indígenas, com manifestações contrárias ao marco temporal e em favor da demarcação e homologação de terras. Participaram da mobilização organizações como o Coletivo Rebeldia, o Movimento Mulheres em Luta, o Movimento Aquilombar e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Bahia.
Durante a caminhada, o protesto se somou ao ato “Mulheres Vivas”, que integrou a mobilização nacional contra o feminicídio e a violência de gênero. Em Salvador, a manifestação ganhou força após a repercussão de casos recentes, como o assassinato de Rhianna Alves, mulher trans morta após sofrer um golpe conhecido como “mata-leão”.
Com camisetas, faixas e palavras de ordem, os participantes cobraram a responsabilização dos agressores e o fortalecimento das políticas públicas de proteção às mulheres. Dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia indicam que, entre janeiro e 8 de dezembro de 2025, o estado registrou 97 feminicídios. Salvador lidera o ranking entre os municípios, com 10 casos, seguida por Feira de Santana, com cinco, e Camaçari, com quatro ocorrências no período.

