O vice-líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), deputado Alan Sanches (União Brasil), anunciou que vai propor à bancada um processo de obstrução às matérias encaminhadas pelo Executivo em regime de urgência. Segundo ele, a estratégia do governador Jerônimo Rodrigues (PT) de acelerar as votações impede o debate qualificado nas comissões técnicas e restringe a transparência com a sociedade.

“Vou propor aos colegas um processo de obstrução a todos esses projetos. Não é possível que o governo, que já tem ampla maioria, não queira sequer deixar que as matérias sejam discutidas com transparência antes de irem para votação”, afirmou o parlamentar.

19º empréstimo em dois anos

Entre os projetos que devem enfrentar resistência, está o 19º pedido de empréstimo do governo, desta vez no valor de R$ 4,5 bilhões. Sanches chama atenção para o acúmulo de operações financeiras desde o início da atual gestão: “Estamos falando de um total de R$ 23 bilhões que o governador já pediu de empréstimo. É um volume desenfreado. A pergunta que fica é: o que mudou na Bahia desde então? Quais foram as grandes obras que saíram do papel? Melhorou a segurança pública, a fila da regulação de saúde? A sociedade baiana está cansada desse modelo de governos do PT, que fala muito, mas entrega pouco ou quase nada de resultados efetivos”.

Segurança e transparência

Além dos empréstimos, a oposição também critica a tramitação acelerada de projetos que tratam de mudanças nas estruturas de segurança pública do estado. “Como é que os deputados vão examinar e fazer contribuições para aprimorar os textos, se o governo intencionalmente pede urgência para aprovar tudo a toque de caixa, sem transparência? O governo não vai passar o rolo compressor”, disparou.

Sanches citou ainda dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE-BA) que apontam uma defasagem de 14,5 mil policiais militares e uma carência de 35% no efetivo da Polícia Civil em relação ao necessário. Para ele, o problema não está apenas no caixa: “Muito mais do que tomar empréstimos bilionários, seria necessário apresentar políticas públicas eficientes, começando pelo básico, que é ter efetivo suficiente. Na saúde, a situação é a mesma: nenhuma medida consistente foi apresentada para enfrentar a fila da regulação, que a sociedade já chama de fila da morte”, concluiu.