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Governo da Bahia tenta blindar economia local contra novas tarifas dos EUA

Governo da Bahia tenta blindar economia local contra novas tarifas dos EUA

Jerônimo aciona setor produtivo e articula com a APEX alternativas para manter exportações, especialmente de frutas

Por Redação

30/07/2025 às 08:03

Atualizado em 31/07/2025 às 11:07

Foto: Joá Souza / GOVBA

Às vésperas da nova taxação prometida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra produtos brasileiros, o governo da Bahia corre contra o tempo para tentar reduzir os impactos da medida na economia local. Caso entre em vigor na próxima sexta-feira, dia 1º de agosto, como anunciado, a tarifa pode atingir em cheio exportadores baianos, principalmente do setor de frutas.

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou nesta terça-feira (29) que a gestão estadual já articula alternativas para manter as exportações em alta. Uma das principais apostas é a parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), que deve abrir escritório na Bahia.

"Estamos trazendo a Apex para nos ajudar a criar outros mercados para exportação, para não ficarmos limitados", disse Jerônimo a jornalistas.

Segundo o governador, um grupo de trabalho com representantes das federações estaduais das Indústrias, Agricultura e Comércio (Fieb, Faeb e Fecomércio) e de outros segmentos do setor produtivo estuda o tema. Ele também mencionou visitas recentes a Juazeiro e ao oeste baiano, onde se reuniu com produtores e exportadores de frutas e grãos.

"É uma relação federativa e diplomática. Lula tem tratado disso. Mas eu, como governador, não abrirei mão do meu lugar: vou pegar na mão dos empresários", completou.

Risco bilionário

No primeiro semestre de 2025, as exportações baianas cresceram 8,3%, mas especialistas alertam para um cenário de retração caso as novas tarifas se confirmem. A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) estima que o estado pode perder R$ 1,8 bilhão, o que equivale a 0,38% do PIB baiano.

O maior temor está na fruticultura. Por serem produtos perecíveis, não há margem para estocagem ou redirecionamento rápido das cargas.

"Enxergamos com muita preocupação. A taxação criou uma insegurança. Já houve queda de valor em alguns produtos", alertou Humberto Pitanga, presidente da Faeb em entrevista coletiva na segunda-feira (28).

Prejuízo pode passar dos R$ 19 bilhões no país


De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), as tarifas anunciadas por Trump podem causar perdas de mais de R$ 19 bilhões ao Brasil. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostram que estados como Ceará, Espírito Santo, Paraíba, São Paulo e Sergipe estão entre os mais vulneráveis, por dependerem fortemente do mercado americano.

Os setores mais ameaçados são os de metalurgia, alimentos, celulose, couro e petroquímicos — muitos com peso relevante também na pauta exportadora baiana.

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