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'Não sou lacaio de ninguém': Isidório nega convite de ACM Neto e diz que só sai do governo 'se for botado para fora'

'Não sou lacaio de ninguém': Isidório nega convite de ACM Neto e diz que só sai do governo 'se for botado para fora'

Deputado afirma que sua liderança é “do céu”, reclama de ruídos sobre sua posição política, defende Wagner, Rui e Jerônimo — e diz que jamais foi procurado pela oposição

Por Evilásio Júnior

08/12/2025 às 12:38

Foto: Evilásio Júnior

O deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante) voltou a exibir seu repertório peculiar de declarações durante entrevista à CBN Salvador nesta segunda-feira (8). Em meio a rumores de migração para o campo oposicionista liderado por ACM Neto (União Brasil), o parlamentar negou qualquer tratativa e garantiu que permanece na base governista — embora admita votar conforme suas convicções, mesmo contra o Planalto.

“Eu sou doido por Jesus. Agora, não existe notícia de eu ser maluco nem suicida. Eu não tenho patrão, não sou lacaio de ninguém, nunca fui, nunca serei”, disse. Segundo ele, sua orientação política é espiritual: “Meu BO é Bíblia e oração”.

Questionado sobre ter votado contra o governo em projetos sensíveis na Câmara, Isidório rebateu que não age por pressão política. “Eu sou um cidadão que não tem patrão. Seja Lula, seja Bolsonaro, seja Rui, Wagner ou Jerônimo, enquanto eu estiver na política, minha liderança é do céu.”

Sobre uma suposta insatisfação com o Avante, após a chegada de Ronaldo Carletto ao comando da sigla, o deputado negou qualquer desgaste. “O Avante não foi tomado. Carletto precisava de um partido, eu não tenho esse tato de conversar com prefeito, deputado, vereador. Eu sou um relâmpago caído na política. A mão de Deus me botou deputado”, afirmou. Ele diz ser respeitado internamente e reforça que só sairia em caso de ruptura: “Se algum dia eu ficar insatisfeito, eu peço para sair. Eu não sou amarrado em ninguém.”

Isidório também descartou a possibilidade de migrar para a oposição. “Nunca fui pescado por ninguém ligado ao ex-prefeito. Nunca fui procurado. Por que eu vou abandonar um governo que me dá sustentação? Um governo que transformou o metrô em realidade, que entrega obras estruturantes, que ampliou vagas na Fundação Doutor Jesus?”, afirmou, ao citar repetidamente o trio petista Wagner, Rui e Jerônimo.

O deputado ainda fez uma defesa enfática dos 20 anos de governos do PT na Bahia, ao comparar as gestões com o período carlista. “Wagner veio como libertador, que Deus usou para libertar a Bahia da ditadura, do fuzil, da porrada. Estudante sendo espancado, bomba em escola... O que está dando certo é para ficar. Casamento bom vai até o cemitério”, resumiu.

Ao final, deixou apenas uma brecha teórica: só sairia da base caso fosse expulso. “Não tem possibilidade, a não ser que eu seja botado para fora. Se eu for maltratado no governo, eu tenho de ir para algum lado. Mas não tem isso, não.”

Apesar do discurso de fidelidade, Isidório contrariou o governo Lula em votações importantes nos últimos meses. Ele apoiou a anistia a condenados pelos atos golpistas e votou a favor do projeto que derruba uma resolução do Conanda sobre o direito de menores ao aborto legal. No chamado Projeto Antifacção, preferiu se abster.

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