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Jerônimo diz que 'Bahia é um estado de paz' dias após dados apontarem estado como líder em homicídios no país

Jerônimo diz que 'Bahia é um estado de paz' dias após dados apontarem estado como líder em homicídios no país

Governador também comentou mudanças na Seap e prometeu novas medidas no sistema penitenciário

Por Redação

29/07/2025 às 08:00

Foto: Wuiga Rubini / GOVBA

Três dias após a divulgação do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025, que apontou a Bahia como o estado com maior número de homicídios do país, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou que a Bahia é “um estado de paz”. A declaração foi dada nesta segunda-feira (28), durante entrevista a rádios locais em Barreiras, no oeste do estado.

De acordo com o levantamento nacional, a Bahia registrou mais de 6 mil assassinatos em 2024 e lidera, novamente, o ranking de letalidade policial, com 1.556 mortes decorrentes de intervenções das forças de segurança. O documento também destacou o avanço das facções criminosas no estado e a presença de nove cidades baianas entre as 20 mais violentas do Brasil, entre elas Jequié, Feira de Santana, Juazeiro, Camaçari, Simões Filho e Salvador, única capital listada no ranking.

Durante a entrevista, Jerônimo disse que o problema da violência “não está localizado na Bahia” e que o crescimento do crime organizado foi acelerado em todo o país. “A sociedade não é mais a mesma. O recurso e o uso de tecnologias não são os mesmos de 30, 40 anos atrás”, avaliou.

“Não é só a Bahia que padece com isso. Outros estados sofrem, e muito”, disse o governador, na tentativa de relativizar os números.

Mudanças na Seap

No mesmo dia, Jerônimo também falou sobre a exoneração de seis servidores da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), oficializada no último sábado (26). A reformulação acontece após três fugas em presídios baianos nos últimos sete meses e denúncias de regalias concedidas a detentos.

Em entrevista à rádio Bahia FM, o governador classificou as trocas como “estratégicas” e indicou que novas mudanças estão por vir:

“Ou a gente muda de um lugar para outro, ou troca as pessoas. É assim inclusive nos comandos das polícias”, declarou.

Jerônimo confirmou que o comando do Conjunto Penal de Eunápolis, palco da fuga mais grave — com 16 presos fugidos em dezembro de 2024 —, tem sido exercido temporariamente por um grupo especializado em operações prisionais, com apoio da Força Penal Nacional. Ele disse que a atuação foi solicitada pelo governo baiano, com apoio dos secretários José Castro (Seap) e Marcelo Werner (Segurança Pública).

“Não teve imposição. Fomos a Brasília, pactuamos isso e pedimos reforço. Agora pedimos prorrogação”, afirmou.

Quem saiu e quem entrou

Entre os exonerados está Luciano Teixeira Viana, que comandava a Superintendência de Gestão Prisional (SGP). Ele foi substituído por Luiz Cláudio Santos da Silva, até então diretor da Cadeia Pública de Salvador.

Outro nome retirado da gestão foi Alan Vitor da Silva Santos, da diretoria da SGP. Em seu lugar entrou Archimedes Benício Leite Neto, ex-diretor do Conjunto Penal de Juazeiro.

Além deles, foram desligados de cargos técnicos:

Diego de Oliveira Pinto (Coordenação Técnica do Núcleo de Apoio)

Alexandra Souza Silva (Coordenação Técnica do Núcleo de Apoio)

Max Venicio da Silva Santos (Coordenação Técnica da Central de Penas e Medidas Alternativas)

Ruan Victor Freire Rodrigues (Assessoria Técnica da mesma Central)

As exonerações ocorrem no contexto da descoberta de um esquema de privilégios para presos de alta periculosidade. A ex-diretora do presídio de Eunápolis, Joneuma Silva Neres, foi presa no início do ano sob suspeita de participação no episódio.

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