/

Home

/

Notícias

/

Política

/

Deputado baiano vê risco de 'bomba atômica econômica' com taxação de Trump e cobra ação diplomática de Lula

Deputado baiano vê risco de 'bomba atômica econômica' com taxação de Trump e cobra ação diplomática de Lula

Presidente da Comissão de Agricultura da AL-BA, Manuel Rocha (União Brasil) defende articulação urgente com os EUA para evitar prejuízos bilionários ao setor agropecuário brasileiro

Por Evilásio Júnior

11/07/2025 às 13:50

Foto: Divulgação

O deputado estadual Manuel Rocha (União Brasil), presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), avaliou como “catastrófica” a possível taxação de 50% sobre os produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em entrevista à rádio CBN Salvador, o parlamentar cobrou do governo federal uma atuação diplomática urgente para evitar prejuízos à economia nacional.

“A exportação de carne para os Estados Unidos, neste momento, já está sendo descartada pelos produtores. Além dos 50%, há taxas adicionais que podem elevar o custo total a 76%. Isso inviabiliza completamente o negócio”, alertou.

De acordo com dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), a Bahia exportou em 2024 cerca de US$ 882 milhões para os EUA, com destaque para carne, café, frutas e peixes. Apenas neste primeiro semestre de 2025, o montante já chega a US$ 440 milhões. Segundo estudo da Sudene, o impacto da medida pode representar perdas de até R$ 16 bilhões por ano para o Nordeste.

Rocha associou a decisão de Trump a declarações recentes do presidente Lula durante eventos internacionais, em especial após a cúpula do Brics, e classificou a reação americana como uma resposta à retórica do governo brasileiro. “Acho que o presidente Lula tem que deixar a vaidade de lado. Precisamos retomar o diálogo com os Estados Unidos. Se insistirmos na Lei da Reciprocidade e sobretaxarmos também, isso pode virar um abismo comercial para o Brasil”, disse.

O deputado também criticou a politização do tema por parte de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e pediu o fim da guerra ideológica. “Quando a conta chega, um joga pro outro. Lula aponta pra Bolsonaro, Bolsonaro aponta pra Lula, e essa disputa não ajuda em nada. Só inibe o diálogo”, afirmou.

Rocha defendeu a retomada dos trabalhos da Comissão de Agricultura da AL-BA, mesmo durante o recesso parlamentar, para tratar do tema em conjunto com entidades do setor. Segundo ele, uma reunião com a Faeb e com a bancada federal será convocada nos próximos dias. O objetivo é pressionar o governo federal a abrir um canal direto de negociação com os EUA antes do prazo limite, que termina em 1º de agosto.

“Não podemos esperar o pior acontecer. Faltam menos de 20 dias para essa tarifa começar a valer. A gente precisa usar esse tempo para resolver o problema e garantir os empregos e a competitividade da agropecuária brasileira”, considerou.

Ao comentar a declaração do senador Flávio Bolsonaro (PL), que cogitou a hipótese de os EUA lançarem bombas atômicas no Brasil, Manuel Rocha alertou para a falta de acordo como um perigo mais iminente: "Aí sim será uma bomba atômica na economia brasileira, que causará a perda de muitos empregos e prejuízo para as empresas nacionais e também para a nossa população".

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.