A cantora Preta Gil morreu neste domingo (20), aos 50 anos, em Nova York, após enfrentar uma batalha de dois anos contra um câncer colorretal com metástase. Sabendo da gravidade do seu quadro, que se agravou na última quarta-feira (17), a artista teve conversas francas com amigos e familiares e expressou alguns desejos para sua despedida.

De acordo com a colunista Fábia Oliveira, do Metrópoles, Preta pediu que o velório fosse realizado no Rio de Janeiro, cidade onde nasceu, morava e cultivou boa parte de sua vida artística e afetiva. Já o enterro, segundo ela desejava, deverá acontecer em Salvador — terra natal de seu pai, o cantor Gilberto Gil, e cidade onde a artista viveu momentos marcantes de sua trajetória.

A família ainda organiza os trâmites para o traslado do corpo ao Brasil. Informações sobre data e local do velório serão divulgadas nos próximos dias.

Preta Gil tentava retornar ao país, mas sofreu uma piora repentina e morreu antes de embarcar. A cantora descobriu recentemente que o câncer havia se alastrado e que já não havia mais possibilidade de cura.

Repercussão

A morte da artista causou grande comoção e gerou manifestações de pesar de diversas autoridades baianas. O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), destacou a importância de Preta na cultura popular:

“Durante o Carnaval, ela foi presença marcante, arrastando multidões com seu bloco e conduzindo com alegria o espírito da festa brasileira. A sua trajetória como cantora, apresentadora, empresária e defensora de causas sociais reflete uma mulher que quebrou padrões e abriu espaço para vozes diversas no país”, afirmou.

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), prestou solidariedade à família e ressaltou a espiritualidade da artista: “Minha oração é para que ela siga em paz e que sua luz continue inspirando tanta gente.”

O ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) também se manifestou: “Dona de si e com uma vontade imensa de viver. Lembrança eterna do seu talento e energia.”

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, publicou homenagem nas redes sociais: “Preta sempre teve um jeito livre de falar. Você vai deixar muitas saudades, mas também muitas belezas. À família Gil, todo o meu amor e solidariedade.”

Já o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), prestou solidariedade e mandou um "abraço carinhoso à família Gil" pela partida. "Mulher de coragem, alegria e imenso talento, Preta Gil usou sua voz para celebrar a vida e também para enfrentar, com dignidade e generosidade, os desafios mais duros. Que sua memória siga como inspiração para o Brasil que acredita no afeto, no respeito e na arte", definiu.

Preta Gil deixa um legado de autenticidade, representatividade e coragem — tanto no palco quanto fora dele.