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Entrevista: Marcone Amaral busca SAF de investimento para o Vitória, mas ainda sem aval oficial da diretoria
Entrevista: Marcone Amaral busca SAF de investimento para o Vitória, mas ainda sem aval oficial da diretoria
Deputado confirma viagem ao Oriente Médio em dezembro para tentar aproximação com o grupo Qatar Sports Investments
Por Evilásio Júnior
25/09/2025 às 06:00

Foto: Evilásio Jùnior
O deputado estadual Marcone Amaral (PSD) afirmou que o Vitória precisa avançar para um modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) de investimento, e não de gerenciamento, se quiser voltar a ser competitivo no cenário nacional.
“Não é possível ser competitivo se não for através de uma SAF. Esse é o primeiro ponto que cada vez mais a torcida do Vitória tem compreendido”, salientou.
O parlamentar tem dialogado com Ney Campello e Daniel Barbosa, do movimento Vitória SAF, e confirmou que já tem viagem marcada ao Catar, no final de dezembro, para tentar aproximação com o grupo Qatar Sports Investments (QSI), controlador do Paris Saint-Germain.
Apesar das articulações, Marcone revelou que ainda não tem autorização oficial do clube para representar o Leão nas conversas. “Não há nenhuma documentação oficial, mas o movimento está interagindo com a diretoria e esperamos que o presidente Fábio Mota também esteja presente nas reuniões”, afirmou, em entrevista ao Blog do Vila, na Assembleia Legislativa da Bahia.
Ex-jogador rubro-negro e naturalizado catari, com passagem pela seleção do país, Marcone aposta em sua relação próxima com a família real para abrir portas. A agenda deve se estender por todo o mês de janeiro de 2026, período em que ele pretende cumprir também outras agendas no Oriente Médio. “Não é fácil, é algo complexo, mas vamos tentar. O Vitória precisa mostrar apetite para atrair esse investimento”, disse.
Confira a íntegra da entrevista
BV – Deputado Marcone Amaral, muito se fala sobre a possibilidade de SAF no Vitória, com investidor do Catar próximo, mas de concreto nada sai. O senhor tem uma viagem marcada para o final do ano. Qual a expectativa de o Vitória virar Sociedade Anônima do Futebol em 2026, independentemente da divisão em que estiver?
MA – Primeiro, é importante que todos nós, rubro-negros, tenhamos consciência de que não é possível ser competitivo sem SAF. Esse é o primeiro ponto, e felizmente a torcida cada vez mais entende isso. E não se trata de uma SAF de gerenciamento, mas sim de uma SAF de investimento. O movimento Vitória SAF, com Ney Campello e Daniel Barbosa, vem discutindo isso e tem se reunido também com a diretoria do clube. Eu, por conta da minha agenda parlamentar, tenho rodado bastante o interior, mas estou totalmente à disposição para ajudar dentro do planejamento que o Vitória definir sobre o modelo da SAF. Já tenho viagem confirmada para o Catar em dezembro. Morei lá por 11 anos, joguei pela seleção, sou naturalizado, tenho relação muito forte com a família real e quero aproveitar para buscar uma parceria. Como cria do Vitória, vou tentar de tudo para abrir portas.
BV – Com o grupo QSI?
MA – Sim, com o Qatar Sports Investments, ligado à família real do Catar. É um dos grandes players do futebol mundial, que controla o PSG e compete diretamente com outros investimentos árabes, como o do Manchester City. Não é simples, é complexo, mas precisamos mostrar apetite para atrair esse tipo de capital para o Brasil e para a Bahia.
BV – O presidente Fábio Mota ou alguém da diretoria vai com o senhor nessa viagem? Há algum documento oficial autorizando sua representação do Vitória?
MA – Ainda não há documentação oficial. O movimento Vitória SAF está em diálogo com a diretoria, de forma muito amigável, e nos colocamos à disposição. Esperamos que o presidente ou outro representante do clube participe também. Mas, por enquanto, seguimos conversando de forma reservada, até para preservar as tratativas.
BV – Quando embarca e quando retorna?
MA – Embarco no final de dezembro e devo passar praticamente todo o mês de janeiro no Catar. Terei atividades também no Oriente Médio. Tomara que a gente volte com notícias que mudem o futuro do clube. Mas volto a dizer: o primeiro passo é a conscientização de que não há outro caminho para ser competitivo sem uma SAF de investimento.