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PDT só terá cargos no governo no 2º semestre, não perdoará vereadores nem será 'barriga de aluguel'

PDT só terá cargos no governo no 2º semestre, não perdoará vereadores nem será 'barriga de aluguel'

Na coluna Careca de Saber desta semana, entenda os impactos da adesão pedetista ao Palácio de Ondina e a situação do PP após a oficialização da federação com o União Brasil

Por Evilásio Júnior

02/05/2025 às 06:00

Atualizado em 06/05/2025 às 12:52

Foto: Divulgação

A oficialização do PDT no governo baiano terá, de imediato, reflexos na Câmara Municipal de Salvador. 

O Blog do Vila apurou que, caso algum dos quatro vereadores do partido – Anderson Ninho, Débora Santana, Omarzinho Gordilho e Roberta Caires – se rebele contra a agremiação, será acionado na Justiça Eleitoral por infidelidade partidária. 

Um integrante da cúpula pedetista alinhado com o novo posicionamento da sigla assegurou à coluna que a direção estadual não abre mão dos mandatos para quem quiser sair antes da janela que se abrirá em março do próximo ano: "É estatutário".

No entanto, no caso dos deputados Leo Prates (federal) e Émerson Penalva (estadual), que são candidatos à reeleição em 2026 e fazem oposição ao governo petista na Bahia, haverá tolerância até o prazo. 

"Eles vão ficar na oposição até a janela. Só quem não sofre é a vice-prefeita Ana Paula Matos", garantiu o dirigente.

Curto-circuito

Consultado sobre a questão, o presidente estadual pedetista e deputado federal Félix Mendonça Júnior preferiu não comentar o caso, mas revelou o motivo do "distrato" com o prefeito Bruno Reis (União Brasil).

De acordo com o parlamentar, houve muito mais querelas do que o discurso oficial de mero "alinhamento" com o posicionamento da legenda em Brasília.

"Foi mais desalinhamento local do que alinhamento nacional. Logicamente, a questão nacional é importante, mas o que houve foi um curto-circuito durante a campanha de ACM Neto", resumiu.

Cargos só no segundo semestre

Embora as conversas com o Palácio de Ondina tenham se iniciado em fevereiro deste ano, conforme divulgado pelo próprio PDT, o partido só terá espaços no governo no segundo semestre.

Houve até especulações de que a ex-vereadora Andrea Mendonça, que acabou de deixar a Secretaria Municipal do Mar, poderia retornar ao comando da Junta Comercial da Bahia (Juceb), cargo que ela ocupou entre março de 2019 e agosto de 2021.

No entanto, um membro do alto escalão estadual atestou que a informação não procede: "Não tem nada acertado e, é sério, ainda não conversamos sobre espaços".

Apesar da falta de acerto, a fala do governador Jerônimo Rodrigues sobre a "irmandade" com o mais novo aliado, durante o evento que formalizou a adesão, comprova que a questão é temporária: "Estamos cavando a carta do 12 há muito tempo, para estarmos um ao lado do outro".

PDT não será barriga de aluguel 

Em meio à entrada do PDT no governo, diversos políticos preocupados com os novos posicionamentos de Podemos, que irá se fundir com o PSDB, e o PP, que terá de "retrocar" de lado após a federação com o União, já começaram a cogitar o possível ingresso na nova morada.

"O PDT não será barriga de aluguel. Podemos até analisar um caso ou outro, mas entrada em bloco não vai acontecer", asseverou um dirigente pedetista à coluna.

No caso do Podemos, a equação até seria mais simples de solucionar, pois só há um federal (Raimundo Costa) e um estadual (Laerte do Vando) para abrigar.

Na capital, o vereador Luís Cláudio Bacelar tomará o mesmo rumo do pai congressista João Carlos Bacelar (PV) e Randerson Leal sempre foi pedetista de carteirinha.

No PP, os cinco vereadores de Salvador – George Gordinho da Favela, Jorge Araújo, Maurício Trindade, Sandro Filho e Sidninho – já são aliados de Bruno e não têm com o que se preocupar, ao menos em relação à junção com o UB.

A situação é dramática mesmo para os seis deputados estaduais progressistas – Antônio Henrique Júnior, Eduardo Salles, Felipe Duarte, Hassan, Nelson Leal e Niltinho –, que logo depois da eleição de 2022, quando marcharam com ACM Neto, viraram a casaca.

Estaduais progressistas querem ficar 'juntos'

Procurado pela reportagem, o deputado estadual Eduardo Salles admitiu que a ideia dele e dos colegas é realmente ingressar em bloco para um mesmo partido, condição preterida pelo PDT.

"Nós decidimos que nós vamos estar juntos, mas nós temos aí seis opções de partido. Confesso que ainda não avaliamos. Não temos ainda nenhuma noção de qual delas a gente vai escolher. Vamos avaliar com tranquilidade, até porque a janela eleitoral ainda não permite a nossa saída imediata", disse o progressista.

Independentemente do destino, o parlamentar reconheceu o "momento de dificuldade" e salientou que sairá com o "coração partido".

"Isso aqui é igual a casamento, né? Eu estou há 20 anos no PP. Na verdade, eu vi [a criação da federação] com muita tristeza. Até hoje, eu só tive esse partido. Então, essa decisão vai ter que ser muito bem pensada, para a gente não cometer erros", ponderou.

Federais progressistas têm tempo, diz Cajado

Se entre os deputados estaduais do PP o clima é de consternação, para os federais o xadrez é jogado. 

Oposição antes mesmo da efetivação da federação com o União Brasil, nada muda para João Leão. Há tempos também, nos bastidores, já era dada como certa na próxima janela partidária a saída de Neto Carletto para o Avante, controlado por seu tio, Ronaldo Carletto.

Cláudio Cajado e até mesmo o presidente progressista na Bahia, Mário Negromonte Júnior, vão aguardar as movimentações nacionais. Isso porque, um dos motivos da junção dos partidos seria uma indicação do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para vice de uma eventual chapa presidencial encabeçada pelo atual governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos).

"Até a janela podemos ter tempo, energia, caminhos e diálogos suficientes para podermos construir o cenário eleitoral para 2026. Eu acredito – e aposto – no diálogo para encontrarmos o melhor caminho para todos nós do Progressistas, federais e estaduais. Mas, para isso, precisamos exercer o melhor caminho através do diálogo construtivo", ponderou Cajado, em conversa com o blog.

Apesar de tratar os cenários eleitorais especulados hoje como "conjecturas", o parlamentar reconheceu que dará "incentivo" para que Ciro e Tarcísio consigam se unir no no próximo ano.

Como o projeto é de oposição ao atual presidente Lula, uma vez confirmada, uma chapa forte de centro-direita com participação do PP facilitaria o caminho de regresso à oposição na Bahia.

Vereadores na bronca com Semar

Alguns vereadores da base do prefeito Bruno Reis que não conseguiram a reeleição ficaram na bronca com a indicação de Duda Lomanto, irmã do deputado federal Leur Lomanto Júnior (UB), para a Semar.

"Seria uma ótima oportunidade para um vereador assumir, mas quem é fiel não tem prestígio", protestou um suplente, em contato com a coluna.

À exceção de Sabá, quem não obteve êxito em 2022 segue sem cargos e sem perspectivas de ter a situação arrumada pelo Palácio Thomé de Souza.

Tiago perseguido

Recém-nomeado assistente da Secretaria de Relações Institucionais, o ex-vereador Tiago Ferreira (PT) disparou um vídeo pelo WhatsApp em que se diz "perseguido" por um apresentador de TV.

Dirigente do Sindicato dos Rodoviários, ele foi convidado a prestar informações sobre a paralisação realizada pela categoria nas primeiras horas da manhã de quarta-feira (30), mas foi surpreendido ao ser chamado de "baratino" e ter a entrevista interrompida.

De acordo com o petista, o mote da discórdia teria sido sua indicação para que o ex-BBB Davi Brito fosse homenageado com a Medalha Zumbi dos Palmares. Hoje "decepcionado" com a postura do brother, o ex-edil afirma que, à época, sua intenção era promover o debate sobre o racismo, mas o comunicador entendeu o caso como "oportunismo eleitoral" e, segundo ele, passou a atacá-lo de forma "covarde".

Tiago já pediu direito de resposta, inclusive por via judicial, mas até hoje não foi atendido, nem pelo jornalista, nem pela emissora.

Agora ele promete ingressar com uma ação por calúnia e difamação.

Veja o vídeo:

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Silvio Humberto lança livro

Doutor em economia, o vereador Silvio Humberto (PSB) lançará seu livro "Um Retrato Fiel da Bahia: sociedade-racismo-economia", na próxima quinta-feira (8), às 17h30, na Biblioteca Central, no bairro dos Barris, em Salvador.

De acordo com o autor, "a obra oferece uma análise profunda das raízes do desenvolvimento econômico brasileiro a partir de uma perspectiva racial" e demonstra "como o racismo estruturou as relações de trabalho no pós-abolição, deixando reflexos que persistem até os dias atuais".

No evento, haverá uma roda de conversa com especialistas, a exemplo dos professores Rita Dias, Luiz Fernando Saraiva e Walter Fraga Filho, e sessão de autógrafos ao fim do debate.

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