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Tarcísio vira aposta da oposição nacional e Leão lança provocação: 'Geddel vai ter que se filiar no 13'
Tarcísio vira aposta da oposição nacional e Leão lança provocação: 'Geddel vai ter que se filiar no 13'
Deputado do PP provoca MDB e Otto, Luiz Carlos exalta governador de SP, José Rocha mira o Senado e PSOL avalia lançar Kleber Rosa à Alba
Por Evilásio Júnior
04/07/2025 às 06:00
Atualizado em 03/07/2025 às 23:25

Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados
O nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), passou a ganhar força entre aliados de ACM Neto (União Brasil) como alternativa de liderança nacional para 2026.
O cenário ficou ainda mais favorável após a derrota do governo federal na votação do decreto que aumentava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida foi derrubada na Câmara com 383 votos e apoio de parte expressiva da bancada baiana, inclusive do PSD — que ficou em silêncio.
Devido à crise entre Palácio do Planalto e Congresso Nacional, o desembarque de siglas de centro aliadas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a exemplo de União Brasil, PP, Republicanos, MDB e PSD, já é dado como certo.
O entusiasmo ao projeto em torno de Tarcísio foi registrado em entrevista do presidente do Republicanos em Salvador e secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Luiz Carlos de Souza, à CBN. "Tarcísio é um dos gestores mais qualificados do país. Ele junta gestão e articulação política. É um jogador ambidestro. Se o Brasil quer mudar, Tarcísio é o nome", salientou.
Federação MDB-Republicanos ainda é dúvida
Luiz Carlos também falou sobre a dificuldade nas negociações para uma possível federação entre Republicanos e MDB.
"Os partidos estão em busca da sobrevivência. Cada vez mais fica difícil você estimular candidaturas. As candidaturas se tornaram muito caras, apesar de os fundos partidário e eleitoral parecerem muito dinheiro, não é o suficiente", justicou.
Para o titular da Seinfra, as federações e fusões pretendem fortalecer os partidos para que eles cresçam em número de eleitos.
"Agora, é um exercício muito difícil de ser equacionado, porque o Brasil é uma federação com 27 estados. Então, como é que você faz essa compatibilização de interesses de dois grupos em 27 estados? Isso é uma coisa muito discutida em nível nacional. Não dá para a gente cravar que vai sair porque ainda está sendo discutido", ponderou.
Leão sonha com Otto de volta ao ninho
Já para o deputado federal João Leão (PP), a derrota do governo na votação do IOF no Congresso foi um ponto de inflexão. Em conversa com a CBN, o parlamentar deixou claro que, se o PSD desembarcar do governo federal, o racha também será reproduzido na Bahia:
"Se isso acontecer, meu amigo Otto [Alencar] volta para o nosso lado. Vamos juntos com ACM Neto e com um bocado de gente", afirmou, ao considerar que o presidente estadual do PSD já foi "carlista de carteirinha".
Após a rusga causada pela entrevista do senador Jaques Wagner (PT) e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, que pretendem se lançar ao Senado ano que vem, nem Otto, que tinha agenda em Brasília, nem Angelo Coronel, que estava no "Gilmarpalooza em Lisboa, marcharam com a comitiva governista no cortejo do 2 de Julho, apesar da presença de Lula nos festejos.
'Geddel vai ter que se filiar no 13'
O progressista também cutucou o ex-ministro Geddel Vieira Lima, sobre a participação de emedebistas nacionais, a exemplo do ex-presidente da República Michel Temer e o prefeito de São Paulo Ricardo Nunes, no projeto de Tarcísio:
"Geddel vai para o PT. Vai ter que se filiar no 13. Não se trata de ele largar o MDB. O MDB é que vai largar ele se ele não vier junto. Isso vai ser uma unidade global de todos os partidos de centro para ganhar a eleição. Por exemplo, meu partido, o Progressistas, ele permitia que nós aqui na Bahia apoiássemos o PT. Hoje o Progressistas não abre mão da unidade".
Para Leão, a coesão dos partidos de centro contra Lula é inevitável em 2026. “Até quem pensava em apoiar o PT vai pensar duas vezes”, provocou, em relação aos próprios correligionários que ameaçam trocar de partido para permanecer ao lado do governador Jerônimo Rodrigues.
Rocha quer o Senado e prepara a cadeira para o filho
O Blog do Vila apurou com exclusividade que o deputado federal José Rocha (União Brasil) não disputará a reeleição em 2026.
O parlamentar irá colocar o nome à disposição de ACM Neto para disputar o Senado e uma conversa está marcada com ele para a próxima semana. Em seu lugar, pretende eleger o filho, o deputado estadual Manuel Rocha, como seu sucessor em Brasília.
Pai e filho também vão apoiar o ex-prefeito de Camaçari, Antônio Elinaldo, para a Assembleia Legislativa. A costura já está em andamento.
Kléber Rosa pode trocar a corrida ao governo pela Assembleia
Apesar do manifesto de sete tendências internas do PSOL que lançaram Kleber Rosa como nome da "esquerda raiz" para o governo da Bahia, o nome do ex-candidato ao governo e à prefeitura de Salvador pode acabar direcionado para a Assembleia Legislativa.
Internamente, avalia-se que o professor precisa construir musculatura institucional e conquistar um mandato. Apesar de ter força para disputar a Câmara Federal, a baixa capilaridade e o peso das emendas PIX tornam a eleição mais difícil. A opção por uma vaga na Alba ajudaria a dobrar a bancada do PSOL, hoje representada apenas por Hilton Coelho.
Caso a opção por uma candidatura ao governo se mantenha, o partido já tem uma alternativa posta: a empresária Tâmara Azevedo. Negra, feminista e ativista, ela teve 109 mil votos como candidata ao Senado em 2022, na chapa de Kléber, e 2,7 mil votos em 2024 para vereadora da capital.