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Desembarque retira 'peso das costas' de Nelson Leal, PSB avalia saída para Fabíola e ACM Neto vê 'cadeira cativa' de Coronel
Desembarque retira 'peso das costas' de Nelson Leal, PSB avalia saída para Fabíola e ACM Neto vê 'cadeira cativa' de Coronel
Na coluna Careca de Saber desta semana confira ainda a situação do Plano Municipal da Câmara, os compromissos de Marcone Amaral para o Vitória e os bastidores da votação dos destaques parlamentares na Alba
Por Evilásio Júnior
14/11/2025 às 06:00

Foto: Sandra Travassos / AL-BA
Se a notícia de desembarque do ex-presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Leal (PP), do grupo de Jerônimo Rodrigues (PT) pegou a base do governo de surpresa, entre os aliados de ACM Neto (União) o movimento já era esperado.
Fontes próximas ao deputado relataram ao Blog do Vila que um dos principais motivos da troca foi "arrependimento". "Ele fez campanha para ACM Neto em 2022 e considerou um grande equívoco migrar para a base do governo após as eleições. Estava descontente e nem ia mais à Assembleia com tanta frequência. Agora ele diz que está feliz, que tirou um peso das costas", afirmou um parlamentar.
No entendimento de outro legislador, independentemente da questão motivacional, Leal acredita no projeto da oposição. "Ele tinha dito que Neto ganha a eleição e deu os motivos do porquê fazia essa leitura. Nelson tem uma série de restrições ao método de trabalho de Jerônimo. Ele foi secretário de Rui, teve experiência sobre a rotina no Executivo e acha que as deficiências na gestão vão ser sentidas pelo eleitorado. Ele percebe o cansaço do PT, inclusive não vê a mesma receptividade de anos atrás do próprio Lula. Em cidades como Canavieiras, Castro Alves e Cruz das Almas, o sentimento por Neto é totalmente diferente da eleição passada. O próprio sentimento de Geddel confirma isso", considerou.
Em relação à desistência de ser candidato à sétima reeleição consecutiva, aliados indicam que o deputado já amadurecia a ideia há alguns meses. "Não dá mais para ele. A política está muito cara, a estrutura está difícil e ele está saturado. Já foi deputado por sete vezes, presidente da Alba, secretário de Estado... agora ele quer ajudar e dar uma contribuição na campanha para transformar o Estado", declarou um parlamentar.
Correligionário de Nelson Leal, o vereador Maurício Trindade (PP) considerou a chegada do deputado para a coordenação da campanha de Neto como uma "grande aquisição". "Independentemente do partido, Nelson Leal é um grande nome. Acho que poucas pessoas poderiam estar ao nível dele. Eu acredito que agora a campanha de ACM Neto para o governo do Estado dá um grande pulo", resumiu.
Deputados do PP migram para o PSB
Ao contrário de Nelson Leal, pelo menos quatro deputados estaduais do PP vão mesmo para a base do governo. Antônio Henrique Júnior, Eduardo Salles, Hassan e Niltinho são esperados no PSB.
"Esse projeto era individual dele. Nelson não estava mais de acordo com os deputados do PP. Estamos vendo com o governador e com o secretário Adolpho Loyola para ver qual será o nosso melhor caminho", revelou um progressista.
O destino de Felipe Duarte ainda é uma incógnita.
Soane pode ser 'compensação' para Fabíola
O possível ingresso em bloco dos pepistas insatisfeitos no PSB preocupa sobretudo a deputada Fabíola Mansur. Suplente na eleição de 2022, embora tenha recebido 58.064 votos, à frente da pontuação de outros 21 colegas, ela será a mais prejudicada com a "barriga de aluguel".
O Blog do Vila confirmou que a parlamentar, que está há 18 anos no partido e integra as executivas nacional e estadual, quer permanecer na sigla, mas a própria meta socialista em 2026 é proibitiva: dois federais e quatro estaduais.
Os principais nomes para a Câmara são os de Lídice da Mata, que tentará a reeleição, o ex-deputado federal Bebeto Galvão e o vereador de Salvador Silvio Humberto. Já para a Assembleia, o quarteto e o atual secretário de Desenvolvimento Econômico, Ângelo Almeida, largam na frente.
A saída para Fabíola, conforme apurou a coluna, pode ser a nomeação da também deputada Soane Galvão como titular de Políticas para as Mulheres, mas o próprio partido do governador tende a ser obstáculo. Uma saída de Neusa Cadore da SPM mexe no tabuleiro do PT, pois ela já é suplente de outro secretário, Osni Cardoso (Desenvolvimento Rural), com a cadeira na Alba atualmente ocupada pelo sindicalista petroleiro Radiovaldo Costa.
"O governo precisa entender que dar espaço para a esquerda é estratégico para o governo parar de depender do centrão", advertiu um socialista sobre a urgência para o Palácio de Ondina acomodar os aliados ideológicos.
Se tudo der errado, Fabíola tem convite para ingressar no Avante.

PSD fora do radar de Neto
Aliados do ex-prefeito ACM Neto revelaram à coluna que ele já descartou internamente a possibilidade de ter o PSD ao seu lado na campanha para o governo do Estado no próximo ano.
No entendimento do vice-presidente nacional do União Brasil, o senador Angelo Coronel tem "cadeira cativa" na chapa do PT e a tensão atual com a pretensão de Rui Costa se candidatar ao Senado está prestes a se dissipar.
Ele teria sido informado em Brasília que o presidente Lula vai intervir na situação para que ou o senador Jaques Wagner ou o ministro da Casa Civil decline da ideia de "chapa puro sangue" e se candidate a deputado federal.
A mensagem não chegou ao PSD, cuja cúpula segue "extremamente chateada" com a indefinição, inclusive com a manutenção da ideia de rompimento, caso queiram "empurrar" a vice e compensações como vagas em tribunais de contas.
Um 'lateral' na oposição
Se a permanência de Coronel na chapa de Jerônimo são favas contadas, segundo interlocutores de Neto, pelo menos um deputado do PSD é aguardado pela bancada de oposição na Alba.
De acordo com parlamentares da minoria, o time ganhará um lateral direito nos próximos dias. A informação foi negada ao Blog do Vila pelo camisa 10 e faixa do clube social-democrata.
O "atleta" não foi localizado para comentar o rumor, pois está do DM.
Descompasso na bancada de Neto
Apesar de Neto já ter se rebelado contra a sua base por falta de posicionamentos incisivos, vereadores mais leais ao projeto de oposição estadual têm atribuído a falta de postura dos colegas à própria equipe de comunicação do ex-prefeito.
"O grupo dele tem que entender que tem que bater em Jerônimo, não apenas no PT. O que vemos hoje é falta de orientação ou de interesse dos vereadores baterem no governador. As sessões não têm nem mais quórum", protestou um edil.
Seja por boicote à falta de atendimento de demandas da prefeitura ou ausência de diretrizes, o fato é que a Casa segue esvaziada na maioria das vezes e sem posicionamentos mais contundentes contra o petista.
Plano de Segurança tem data de votação
Embora a estimativa de chegada esta semana à Câmara não tenha se concretizado, a expectativa do presidente Carlos Muniz (PSDB) é de que o Plano Municipal de Segurança Pública e Defesa Social seja colocado em discussão a partir de segunda-feira (17). No mesmo dia está prevista a votação do projeto de subsídio do transporte.
Nas contas do tucano, a votação do PMDPDS será realizada até o dia 18 de dezembro. Apesar de ampla maioria na Casa e tendência de aprovação sem grandes resistências, integrantes da bancada do prefeito Bruno Reis (União Brasil) se dividem sobre a importância do projeto.
Há quem diga que o momento de "assumir o protagonismo" é inoportuno, em função da proximidade das eleições, e até mesmo quem conteste a metodologia usada para a elaboração do texto.
"Não ouviram as pontas. Por que os meninos vão para o crime? Do outro lado, a polícia conhece todos os bandidos, mas leva na delegacia e o sujeito é solto. Os policiais foram ouvidos? Se a Justiça não mudar não vai resolver nada. A verdade é que vai passar, mas não vai resolver nada", afirmou um vereador à coluna.
De modo geral, o entendimento pode ser resumido na declaração de outro aliado do gestor: "Existe convergência de esforços para que haja integração e compartilhamento de câmeras com o Estado, ampliação de ações como iluminação e mais efetivo da Guarda Municipal. Vai dar uma sensação de segurança maior".
Marcone despolitiza disputa no Vitória
Lançado candidato à presidência do Esporte Clube Vitória, o deputado estadual Marcone Amaral (PSD) garantiu ao Blog do Vila que a eleição de 2026 não será explorada em sua campanha. "Questão político-eleitoral não pode entrar no clube", assegurou.
O parlamentar integra a base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), enquanto o atual comandante rubro-negro e postulante à reeleição Fábio Mota foi secretário de ACM Neto e declarou apoio à campanha do ex-prefeito soteropolitano na eleição de 2022.
Outro aspecto que Marcone promete não capitalizar é a sua relação com o Catar. Embora seja apoiado pelo movimento Vitória SAF e declarado abertamente que busca um acordo para atrair o grupo QSI, o mesmo que controla o PSG, para o Barradão, ele diz que não vai garantir que a agremiação vai virar uma Sociedade Anônima do Futebol com sua eventual vitória.

Rosemberg na trave
Por falar em futebol, a chacota que surgiu entre os jornalistas após a eleição dos destaques parlamentares da Assembleia Legislativa foi o 5º lugar obtido pelo líder do governo Rosemberg Pinto (PT).
Embora tenha escalado um time de apoiadores bastante empenhado em colocar o petista entre os deputados mais relevantes na Casa, ele obteve 18 votos e ficou a quatro de chegar ao G4.
"Pelo segundo ano consecutivo, Rosemberg gastou tanta sola de chuteira, mas bateu na trave", brincaram os profissionais de imprensa que torciam pelo insucesso do chefe da maioria.
Como resposta, segundo um deputado da oposição, Rosemberg esbravejou em plenário, de forma nada discreta, que os jornalistas não gostavam dele e que iria "mandar cortar o buffet" do comitê de imprensa.
Extremos se atraem
Antes da votação do prêmio, uma coincidência inusitada chamou atenção: Diego Castro (PL) e Hilton Coelho (PSOL) chegaram atrasados e juntos pelo mesmo estacionamento.
O Blog do Vila registrou a entrada triunfante dos oponentes pela escadaria de acesso ao plenário: Diego pela direita e Hilton pela esquerda.
O episódio virou piada: "Na política baiana, até os extremos se encontram".


