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PSD descarta novas especulações sobre chapa de 2026; 'Arcabouço de hiper fake news', diz Otto

PSD descarta novas especulações sobre chapa de 2026; 'Arcabouço de hiper fake news', diz Otto

Coluna Careca de Saber desta semana mostra cenários para composição da chapa de Jerônimo, traz reação dura de Capitão Alden e revela bastidores de Aleluia, PDT e oposição na Assembleia

Por Evilásio Júnior

05/09/2025 às 06:00

Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado

O PSD não recebeu com bons olhos as novas especulações sobre a possibilidade da composição da chapa do governador Jerônimo Rodrigues (PT) para disputar a reeleição em 2026.

Nos bastidores são ventiladas hipóteses que colocam a atual presidente da Assembleia Legislativa Ivana Bastos na vice, novamente o deputado federal Otto Filho no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e até o senador Angelo Coronel candidato a parlamentar estadual, mediante os dois filhos – Angelo Coronel Filho e Diego Coronel – disputarem a Câmara Federal.

Consultado pelo Blog do Vila, o presidente do partido na Bahia, senador Otto Alencar, refutou: "Isso é completamente fora do contexto. Nunca conversei com Coronel nem com ninguém sobre o tema. Eu não tomo decisão isolada. Vou ter que consultar as bases no momento certo. Isso tem todo o arcabouço de hiper fake news".

Outras fontes da sigla ouvidas pela coluna, na condição de anonimato, asseguram que "nada mudou" em relação à exigência de vaga ao Senado. O entendimento é o de que, se outro espaço for cogitado, Coronel teria "cerceado" o direito de concorrer à reeleição.

A ideia da agremiação é aguardar qual será a posição do PT, que pretende lançar o ministro da Casa Civil Rui Costa e o senador Jaques Wagner à Câmara Alta do Congresso, para depois tomar a decisão.

O melhor cenário visto pelos peessedistas depende da interferência direta do presidente Lula. "Dizem que a ala do PT comandada por Wagner está querendo manter o PSD no Senado com o aval de Lula e jogar Rui para federal, mas isso não é uma certeza. Não conversaram nada conosco", indicou um integrante da agremiação.

O consenso é de que, independentemente do cenário, o martelo só será batido no próximo ano.

Alden 'está fora' se PL virar barriga de aluguel

Aliado de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Capitão Alden (PL) reagiu à possibilidade de o seu partido filiar algum candidato para compor a chapa majoritária de ACM Neto (União Brasil), a exemplo do senador Angelo Coronel, caso o PSD seja realmente rifado da composição do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

"O ponto central é: não importa o nome que seja colocado na vaga do PL. Quem quer que venha a ser colocado para disputar na vaga do PL está com o Capitão Alden? Está com os princípios que nós defendemos? Se for fazer política por mera política eu estou fora. Vamos ganhar o quê com isso? Vai defender liberdade? Vai defender anistia? Vai defender fim do foro privilegiado? Prerrogativas parlamentares para continuar falando, votando sem ser perseguido pelo STF? É isso que eu quero saber. Essas composições, esse toma-lá-dá-cá, não nos interessa", avisou, em entrevista à CBN Salvador.

Segundo ele, a exigência de defesa de "ações, programas e projetos" defendidos pelos liberais também é válida para o próprio Neto como condicionamento de aliança.

Aleluia quer 'concertação' e mira PSD e MDB

Pré-candidato ao governo baiano, o ex-deputado federal José Carlos Aleluia mira o que chama de uma "concertação" com forças de centro-direita para tirar o PT do Palácio de Ondina.

Em entrevista à CBN Salvador, ele descartou apoiar ACM Neto (União Brasil) e cogitou desfalcar a base aliada de Jerônimo.

"Olha, não só vou manter a minha candidatura, como ampliar. Eu vou procurar o MDB, porque o MDB não é de esquerda, não é petista e não defende a pauta petista de invasão de terra, de criar um ambiente desfavorável para o investimento privado. O MDB é um partido de centro com muita qualidade. Vou buscar o apoio do PSD, de Otto Alencar, de Kassab, para buscar a conversa com eles. A necessidade de fazer uma concertação estadual ampla, que coadune com a concertação nacional para nós derrotarmos o PT e estabelecermos a nova Bahia", projetou.

Sobre a sua própria situação, Aleluia admitiu que ainda não está filiado ao Novo, mas explicou que faltam detalhes. "Nós já temos estabelecido no partido na Bahia um novo diretório consagrado. Nós já estamos com o partido organizado na Bahia. Então, já não há mais essa pendência. Evidentemente que alguém pode entrar na justiça, mas sem nenhuma possibilidade de ter algum ganho. Então, esse assunto está resolvido. Eu ainda não estou filiado. Eu quero ver se o [governador Romeu] Zema [MG] abona a minha ficha, ou, sei lá, o [deputado Marcel] Van Hatem, que é meu amigo. Eu estou procurando alguém que abone a minha ficha. Mas só está faltando isso", disse. 

A nova direção do Novo está sob o comando de Luiz Felipe Aleluia, presidente, e Matheus Cansanção, secretário-geral.

Otto ironiza investida do Novo; Lúcio aceita conversa, mas...

O senador Otto Alencar ironizou a investida de Aleluia ao PSD. Em conversa com a coluna, o presidente do partido disparou: "Aleluia está tão forte que pode concorrer à Presidência da República para salvar o Brasil. Ele tem potencial para ir além", considerou.

Em relação ao MDB, o presidente de honra do partido, Lúcio Vieira Lima, aceitou o convite para conversar, mas descartou qualquer possibilidade de aliança com o Novo.

"Eu agradeço muito as palavras de elogio ao MDB do ex-deputado Aleluia, a quem eu sou amigo e quero muito bem. E agradeço as palavras. É mais um reconhecimento e, logicamente, nos deixa muito felizes. Mas é justamente em nome dessa amizade que eu tenho a ele e do conhecimento que ele tem sobre nós, sobre a direção do MDB, que ele será muito bem recebido. Conversaremos etc., mas ele já sabe a resposta: não há hipótese de nós caminharmos com outro projeto que não seja a reeleição de Jerônimo e não por ser direita ou esquerda, eu acho que isso não cabe mais. Então, com o MDB, ele não contará para, como ele disse, fazer um projeto para tirar o PT do Palácio de Ondina. Nós estamos satisfeitos com Jerônimo no Palácio de Ondina, porque ele está fazendo bem para a Bahia e ajudando Lula a fazer bem para o Brasil. E isso é o que importa", sacramentou Lúcio.

PDT não comanda Secti, diz Félix

Deputado federal e presidente estadual do PDT, Félix Mendonça Júnior nega que o novo secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcius Gomes, tenha sido indicado pelo partido. 

O Blog do Vila apurou que a pasta chegou a ser oferecida à legenda, no entanto não foi aceita pela direção da sigla.

"Não negociamos espaços e não temos nenhum cargo no governo estadual. A Secti não foi indicação nossa. De quem é? Só o governo pode dizer", afirmou o dirigente pedetista à coluna.

A sigla aderiu ao Governo da Bahia em abril e, embora ainda sem cargos, se houver convite na próxima reforma do secretariado, prevista para o fim do ano, a legenda não descarta aceitar espaços.

Oposição diz que Jerônimo quer 'legislar'

Três deputados estaduais da oposição fizeram coro à tese de que o governador Jerônimo Rodrigues, ao enviar à Assembleia quase todos os projetos em regime de urgência, tem desrespeitado o Legislativo.

Em entrevistas à CBN Salvador, o trio alertou que, sem o devido trâmite nas comissões, voltarão a acontecer novas "aberrações" como o veto aplicado à proposta que fecharia 460 cartórios, de autoria do próprio Executivo.

"O governo legislou. Ele fez a lei, vetou o projeto e mandou outro. Ou seja, ele escreveu, vetou e reescreveu. Então, assim, é uma situação realmente complicada", criticou Sandro Régis (União Brasil), ao emendar: "O governador Jerônimo, que foi eleito para governar a Bahia, abriu mão de governar a Bahia. Ele viaja de segunda a segunda. Tem secretário de Estado que, no decorrer desses três anos de governo, só teve três audiências com o governador Jerônimo para tratar assuntos da Bahia. O governador Jerônimo não sabe o que acontece na Bahia. O governador Jerônimo não conhece o seu governo. É um visitante dentro da sua própria casa".

Na avaliação de Alan Sanches (União), que divide a responsabilidade pela "intrusão" do Palácio de Ondina na Alba com o líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), a situação só não é pior porque, pelo menos, os parlamentares atualmente conseguem discutir e aprovar os próprios projetos. "Havia uma dificuldade grande de a gente votar os projetos dos deputados. A presidente Ivana Bastos [PSD] vem implementando isso. Toda semana tem colocado para votar os projetos de deputados. Isso aí eu tenho que fazer justiça. Ivana, realmente, vai deixar uma marca. Eu acredito que vai ser a presidente que mais vai votar projetos de iniciativa de deputados", relativizou.

Samuel Júnior (Republicanos) defende que a Casa deve se "impor". "Eu acho que a Assembleia precisava se posicionar e mostrar sua força. O erro não está no governo. O erro está na Assembleia. É a Assembleia que tem que evitar o ritmo do governador. Nós parlamentares precisamos nos impor, e isso eu digo para mim, Samuel Júnior, mas também para os meus 62 colegas. A gente precisa participar mais, ouvir mais, discutir mais. Se nós deixarmos o governo do Estado fazer ao seu bel prazer, desrespeitando a Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, qualquer governador vai fazer a mesma coisa", alertou. 

Na última semana, dos 14 projetos enviados pelo Executivo ao Legislativo apenas seis não tiveram pedido de urgência. No primeiro semestre, todos se utilizaram do artifício, inclusive os sucessivos pedidos de empréstimos — que já somam R$ 23 bilhões. A exceção é a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), por força da Constituição.

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